Mortes acima de todos (os paÃses). Por pelo menos sete dias (três deles seguidos), o Brasil foi o lÃder mundial em mortes diárias por coronavÃrus. O paÃs quadruplicou o número de vÃtimas da doença nas últimas três semanas. E o que se vê nas manchetes dos jornais são estratégias para o retorno do futebol.
Não só isso, aliás, fala-se em reabertura do comércio na próxima semana, a tal âretomada conscienteâ (mas ciente de que ela acontecerá quando os casos ainda se multiplicam diariamente), o retorno ao ânormalâ âou ao tal ânovo normalâ, expressão que ninguém sabe definir o que é, mas já virou clichê nesses tempos de pandemia.
Tudo isso quando o número de mortes no Brasil segue crescendo. Parece que, por aqui, o que permeia a volta à s atividades é o tédio de ficar em casa, e não as evidências cientÃficas de que é, sim, seguro retornar âaté porque não temos nenhuma dessas evidências ainda.
No futebol, já temos a perspectiva da retomada do Campeonato Carioca. O plano agora é que por volta de 14 de junho já tenhamos jogos do estadual do Rio de Janeiro acontecendo.
Se estaremos batendo recordes de mortes diárias ainda até lá? Não sabemos, mas com certeza teremos recordes de audiência e gols do Gabigol, que é o que realmente importa depois de mais de dois meses de pandemia, não é mesmo? O pão nem tanto, mas o circo está garantido, enquanto o vÃrus faz o resto.
Falou-se até em ter 50% de público liberado no retorno do Carioca. O Campeonato Alemão voltou sem público, mas nós, que temos três vezes mais mortos do que eles, podemos ter torcedores no estádio. à só manter a distância de dois metros entre uma pessoa e outra, afirmava a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais no pacto social pela saúde e pela economia do estado do Rio de Janeiro.
Uma medida muito simples de ser implementada nas arquibancadas, tinha tudo para dar certo. Todo dia um sete a um diferente.
Ao menos por ora, essa ideia ficou para trás, ainda