Na última quinta (28), participei de uma reunião virtual com Christophe Dubi, diretor executivo dos Jogos OlÃmpicos de Tóquio pelo Comitê OlÃmpico Internacional (COI).
O mundo espera por uma resposta sobre os Jogos, e o COI está tentando produzir essa resposta.
Diferentemente das entrevistas coletivas a que temos assistido nos últimos tempos, com mesas enormes, desinformação, violência verbal e falta de respeito em auditórios cheios de pessoas sem cuidados fÃsicos e morais, Dubi mostrou a face humana do COI.
Trajando uma simples camiseta polo com o sÃmbolo olÃmpico, em uma sala discreta, sem aparatos nem assessores, o diretor executivo deixou transparecer que o COI rapidamente se mobilizou para minimizar o estrago causado pelo adiamento dos Jogos. Nas entrelinhas da entrevista, ainda evidenciou a possibilidade concreta do cancelamento da edição olÃmpica de Tóquio.
Ãbvio que se falou dos bilhões de dólares envolvidos na organização e também na desorganização daquele que deveria ser o maior evento esportivo do ano. De forma direta, sem rodeios, tampouco meias palavras, Dubi apresentou todas as dificuldades que envolvem o adiamento. Com a serenidade de quem sabe o que está falando, discorreu sobre o imponderável mesmo para quem tem tudo sob controle.
Apresentou as dificuldades diretas na preparação dos atletas, afirmando que a pandemia afeta os treinos e, portanto, a qualidade do desempenho esportivo. Mas mais que isso, apresentou o princÃpio da igualdade, um valor olÃmpico, como impedimento.
A afirmação de que o mundo está desigual parece um tapa na cara de quem ainda faz de conta que tudo parece como antes e aposta na normalidade. Muitos atletas encontram-se confinados, enquanto outros desenvolveram estratégias para treinar, ainda que as condições não sejam ideais.
Isso por si só fere os princÃpios olÃmpicos. Entendo que essa situação poderia ser equiparada ao doping, uma vez que alguns terão superioridade sobre outros, facilitada pelo acesso aos treinos a que outros estarão i