Dois momentos do clássico Corinthians x Santos evidenciam a maneira de jogar de Tiago Nunes. Aos 38 minutos do primeiro tempo, Fagner fez seu terceiro cruzamento do jogo. O finalizador, dentro da pequena área, foi Sidcley.

De lateral para lateral, só funciona se houver compreensão tática dos volantes, para que um prenda na marcação. Ou haverá chance de contra-ataque e a defesa vai ficar no mano a mano.

Para que Fagner e Sidcley ataquem juntos, Camacho faz a saída de bola entre os zagueiros Pedro Henrique e Gil. Cantillo fica com o passe que clareia o jogo.

Eis o segundo momento esclarecedor sobre o estilo de Tiago Nunes. Aos 2 minutos, Cantillo dominou na meia esquerda e inverteu a jogada para Fagner. Assim, saiu o primeiro cruzamento do lateral e o gol de Everaldo.

Tudo passa por Cantillo neste Corinthians, desde sua estreia em partidas oficiais no segundo tempo contra a Ponte Preta, na quinta-feira (30). Em Campinas, deu 41 passes e errou um. O índice foi parecido contra o Santos.

Não é passinho curto. Tiago Nunes entende que Cantillo sabe ditar o ritmo, variar a troca de bola curta e ser paciente com o lançamento capaz de abrir a defesa.

Mas Cantillo jogou solto. Se tivesse Carlos Sánchez em vez de Sandry, 17, a marcação apertaria mais e o meia colombiano teria menos espaço. Esse é um problema do Santos agora. A marcação não aperta. Nem Sandry no combate a Cantillo, nem Felipe Jonathan no contraste com Fagner e Janderson.

Também faltou apertar a marcação sobre Boselli, autor do lançamento na primeira jogada corintiana nascida pela esquerda. Resultado: gol de Janderson, Corinthians 2 a 0.

O Santos ficou devendo atacar na marcação, diminuir o espaço para o homem do lançamento —Cantillo— e do drible —Fagner e Janderson. Também deveu velocidade na troca de passes.

Não se fala da velocidade para contragolpear, porque não houve espaço depois que o Corinthians fez 2 a 0 e recuou, por ter um homem a menos, com a expulsão de Janderson. Mas sem trocar passes com

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