Em primeiro lugar é preciso dizer que contratos foram feitos para serem cumpridos. E a MP do Flamengo feriu mortalmente o contrato da TV Globo com 11 dos 12 clubes participantes do Carioquinha.
Descumprido pelo Boavista, levou a emissora a cancelá-lo, medida protetora dos demais acordos que tem assinado, por exemplo, em relação ao Campeonato Brasileiro.
Em segundo lugar, vale ressaltar o espanto causado pela tardia liminar concedida pela Justiça do Rio, depois de terminado o jogo que fraudou o contrato, entre Flamengo e Boavista. Ora, a Globo buscou impedir prejuÃzo inevitável com a transmissão da partida e teve atendida a pretensão após a materialização da perda. Como explicar?
Explique-se: torcedores rubro-negros descobriram o nome do julgador e o ameaçaram pelas redes antissociais.
Assim, nos primeiros dias da vigência da Medida Provisória, estabeleceu-se a lambança inaugural do ato criado pelos adeptos da necropolÃtica, os presidentes da República e do rubro-negro.
Mais bagunça virá, uma até com consequências positivas se, de fato, vier a ser a pá de cal no moribundo modelo dos campeonatos estaduais.
Como os fins não justificam os meios e meios ruins conduzem a fins danosos, não há motivos para comemorar coisa alguma.
Atropelar contratos perfeitos e ferir direitos adquiridos apenas agradam aos prepotentes, os que imaginam poder tudo e que, invariavelmente, acabam mal.
Com um timaço para desfrutar atualmente, o clube da Gávea se beneficia dos favores do governante da hora do mesmo modo aproveitado pelo Corinthians em passado recente –e as consequências na vida alvinegra estão aà para demonstrar o efeito da esmola em demasia.
Haverá efeitos maléficos também para o exercÃcio do bom jornalismo com a eventual proliferação dos canais dos clubes.
O lado positivo de nova fonte de renda para os cofres será contraposto ao negativo da babação de ovo aos cartolas, c