Estamos acostumados aos dias sem futebol. Nas férias, quando muitos de nós aproveitamos para parar também.
Sempre há, no entanto, o que dizer, com o mercado em ação.
A pandemia é um quadro diverso.
Todos em casa, jogadores, cartolas e bolas longe dos gols. O que fazer?
Fazer a lista de esportistas infectados pode ser uma ideia, embora triste.
Pesquisar fatos passados que eventualmente aniversariem neste domingo, 22 de março, outra, feliz.
Eureca!
Jorge Ben Jor completa hoje 75 anos. O carioca que é Flamengo e tem uma nega chamada Tereza sonhava em ser jogador e resolveu a frustração ao dedicar belas composições à bola.
A descrição do gol em Fio Maravilha é antológica.
âTabelou, driblou dois zagueiros. Deu um toque driblou o goleiro. Só não entrou com bola e tudo porque teve humildade em gol.âTeve humildade em gol é coisa de gênio.
De respeito ao goleiro e homenagem ao artilheiro.
Goleiro que lhe desperta admiração a ponto de ser reverenciado em âGoleiro, eu vou lhe avisarâ: âEu vou lhe avisar, goleiro não pode falhar. Não pode ficar com fome na hora de jogar…senão, um frango aqui, um frango ali, um frango acoláâ.
Ben Jor faz melhor ao não esquecer também do zagueiro, na música cujo tÃtulo é exatamente… âZagueiroâ: âArrepia zagueiro; limpa a área zagueiro, para ser um bom zagueiro, não pode ser muito sentimental. Tem que ser sutil e elegante, ter sangue frio, acreditar em si. Zagueiro tem que ser malandro, quando tiver perigo com a bola no chão, pensar rápido e rasteiro; ou sai jogando
ou joga a bola pro matoâ.
Provavelmente o compositor brasileiro que mais tabelou com o futebol, Ben Jor jamais se esqueceria da Ãfrica.
Em âPonta de Lança Africanoâ, avisa: âToda cidade ficou vazia nessa tarde bonita só pra te ver jogar. Um
babarauma, homem golâ.
Que beleza!
Como se fosse Leônidas da Silva, Obdulio Varela, Mané Garrincha, o Rei Pelé, Eusébio, Ronaldo Fenômeno, Roger Milla, George Weah, Samuel Etoâo,