Depois de anos de investigações e indiciamentos, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou na segunda-feira (6), pela primeira vez, que representantes trabalhando para a Rússia e o Qatar haviam subornado importantes dirigentes do futebol para conquistarem o direito de organizarem a Copa do Mundo de futebol masculino.

Os procuradores públicos fizeram as acusações em um indiciamento no qual três executivos de mídia e uma companhia de marketing esportivo são acusados de diversos crimes, entre os quais fraude telegráfica e lavagem de dinheiro, em conexão com subornos pagos para garantir diretos de televisão e marketing sobre torneios internacionais de futebol.

As acusações foram as mais recentes em um caso de corrupção que já dura anos e produziu condenações de diversos dirigentes de futebol e executivos, bem como a destituição dos antigos líderes da Fifa, a organização que comanda o esporte mundial. No entanto, os procuradores públicos jamais haviam descrito com tanta clareza o esquema usado para produzir os votos que deram à Rússia e ao Qatar o direito de organizar um dos maiores eventos esportivos do planeta.

Na segunda-feira, os procuradores públicos americanos revelaram detalhes sobre o dinheiro pago a cinco integrantes do principal conselho da Fifa antes da votação na qual Rússia e Qatar foram escolhidos como anfitriões, em 2010.

A Rússia derrotou a Inglaterra e propostas combinadas de Holanda-Bélgica e Espanha-Portugal, para sediar o torneio masculino de 2018. O Qatar, um minúsculo país desértico que gastou bilhões de dólares para se preparar para a Copa do Mundo de 2022, derrotou os Estados Unidos em um segundo turno de votação, por um grupo de eleitores que já tinha sido reduzido depois que dois integrantes do conselho foram filmados secretamente concordando em vender seus votos.

Três dirigentes sul-americanos, de acordo com o indiciamento, receberam pagamentos para votar em favor do Qatar.

Um deles, Julio Grondona, da Argentina, morreu em 2014. Outro, Nicolás Leoz, morreu no Paraguai no ano passado; ele estava em prisão domiciliar e buscava combater um pedido de extradição feito pelos Estados Unidos, O terceiro homem, Ricardo Teixeira, antigo comandante do futebol brasileiro, continua no seu país, que não tem um tratado de extradição com os Estados Unidos.

Leoz e Teixeira foram indiciados em 2015 por acusações relacionadas a esquemas de suborno para a venda de lucrativos direitos sobre futebol a veículos de mídia eletrônica,

Os procuradores públicos americanos também declararam no indiciamento da segunda-feira que Jack Warner, antigo dirigente de futebol de Trinidad e Tobago que vem lutando contra extradição aos Estados Unidos desde 2015, recebeu US$ 5 milhões (R$ 26 milhões em valores atuais), por meio de uma série de companhias de fachada, para votar em favor da Rússia.

Parte do dinheiro, o indiciamento afirma, veio de “companhias sediadas nos Estados Unidos que realizaram trabalhos em benefício da candidatura da Rússia para sediar a Copa do Mundo de 2018”.

Rafael Salgueiro, dirigente de futebol guatemalteco que se admitiu culpado em 2016 por acusações de fraude e lavagem de dinheiro,

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