Responsável pelo frenesi que torcedores do Botafogo não sentem desde 2012, quando o holandês Clarence Seedorf aceitou atuar pelo clube, o japonês Keisuke Honda, 33, é um jogador único no futebol mundial.

O meia-atacante, apresentado para a torcida alvinegra no dia 8 de fevereiro e que ainda não tem data para estrear pelo time, se define como “incansável” e com múltiplos interesses que vão além da sua profissão de atleta.

Ao mesmo tempo em que jogará no Brasil, continuará como dono de equipe (e com planos de fundar outra), manager em uma seleção, empresário, investidor de um time de eSports e sócio do ator americano Will Smith em fundo de investimentos de US$ 100 milhões (R$ 438,5 milhões).

“Eu gostaria de ficar uma semana longe do telefone celular, mas é impossível”, ele disse em outubro de 2019 para o jornal Japan Times.

Não é a primeira vez que o Botafogo aposta em estrangeiros com personalidade midiática. O uruguaio Sebastián “El Loco” Abreu foi ídolo da torcida de 2010 a 2012. Desbocado, capaz de dar respostas elaboradas e atacante que passou por mais clubes na história do futebol mundial (foram 29), ele hoje em dia é apresentador de TV em seu país natal.

Em 2012, o time do Rio de Janeiro foi o último da carreira de Seedorf, que havia defendido Real Madrid (ESP), Internazionale (ITA) e Milan (ITA). 

O contrato de Honda até dezembro prevê um salário fixo de R$ 150 mil e participação financeira em tudo o que o Botafogo faturar comercialmente envolvendo o nome do japonês. De acordo com informação publicada pelo UOL, ele exigiu andar em carros blindados e acompanhado por seguranças particulares.

“Keisuke é diferente de tudo o que você pode encontrar no futebol. Tem vários interesses que vão além do esporte. Exerce grande influência nos outros jogadores e nos ajudou muito em campo, até que sofreu uma lesão na coxa. Depois disso, não conseguiu ser mais o mesmo jogador”, disse à Folha o técnico australiano Kevin Muscat, que dirigiu Honda no Melbourne Victory em 2018 e 2019.

Profissionalizado pelo Nagoya Grampus Eight em 2004, o meia-atacante sempre chamou a atenção por desvirtuar padrões em uma cultura acostumada a seguir as regras de forma rigorosa.

Apesar de escalado no lado esquerdo do ataque, gostava de se deslocar pelo meio, para desespero do treinador. Quando os jogadores do país usavam cortes de cabelo muito parecidos, ele pintou o seu de loiro. Virou marca registrada.

Ao ser chamado para a seleção principal do Japão, aos 22 anos, previu que seria campeão do mundo. Isso não se realizou, mas ele foi o único asiático a fazer gols em três Copas (2010, 2014 e 2018).

Antes de Honda, nenhum japonês havia chegado às quartas de final da Champions League. Ele conseguiu isso em 2009, pelo CSKA Moscou. Destacou-se no clube russo, mas esteve longe de ser unanimidade.

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