O município de São José do Brejo do Cruz, no sertão paraibano, reúne cerca de 1.800 moradores. Entre eles, atualmente, está o atleta paraolímpico mais rápido do mundo.

No dia 18 de março, quase um mês antes de o governo da Paraíba decretar estado de calamidade pública diante da pandemia de Covid-19, Petrucio Ferreira, 23, deixou o seu apartamento em João Pessoa, a rotina de treinos nos pisos emborrachados e viajou mais de 400 km para se isolar no sítio dos pais, na região onde nasceu.

Para manter a forma, ele treina pelo menos cinco dias por semana em um campo de futebol inutilizado do local, em que o principal desafio é desviar dos buracos e pedras.

São trotes e corridas na terra, sessões de arrancadas com a ajuda de elásticos, além de circuitos com contrapesos para fortalecimento muscular.

“Por correr diariamente no mesmo lugar, estou bem mais acostumado, mas sempre treino atento, olhando para o chão”, afirma Petrucio, sobre a estratégia para domar o terreno acidentado.

O treinador Pedro de Almeida Pereira envia uma planilha de treinos e eventualmente realiza uma videoconferência para orientar o seu atleta.

“Quero que ele, neste período de isolamento social, melhore a mobilidade, a flexibilidade muscular, além dos níveis de resistência, deixando o organismo mais resistente a viroses”, diz o técnico.

Petrucio compete na categoria T47, para amputados de braço abaixo do cotovelo, e detém o recorde dos 100 metros, com o tempo de 10s42 cravado na semifinal do último Campeonato Mundial de Atletismo, em novembro de 2019. A marca é a melhor da história em qualquer classe do esporte adaptado.

O desempenho do brasileiro rendeu um convite da federação internacional para que ele participe de uma etapa da Diamond League entre os atletas do esporte convencional. A competição ainda está prevista para começar em agosto.

A prioridade é buscar na adiada Paraolimpíada de Tóquio-2021 a sua segunda medalha de ouro nos Jogos –a primeira foi no Rio de Janeiro, em 2016, quando também ganhou duas pratas.

Diante das incertezas com o calendário, o atleta diz que tenta desviar os pensamentos para combater a ansiedade e procura mentalizar cada detalhe e movimento que executará quando voltar às competições. “Esse período vai me deixar mais maduro.”

A escolha de viajar para São José do Brejo do Cruz foi tomada com o apoio de sua equipe técnica e do

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