No momento em que Bob Moran foi informado de que o torneio de tênis profissional que ele dirige em Charleston, Carolina do Sul, seria cancelado por conta do coronavírus, ele suspendeu a montagem das arquibancadas, que estavam sendo erigidas bem diante de seu escritório.

“A primeira camada já estava instalada e no mesmo dia começou a ser desmontada”, disse Moran, diretor do Volvo Car Open, um torneio feminino jogado em quadras de saibro cuja abertura estava marcada para o sábado (4). “Cada coisinha faz diferença.”

Com o tênis profissional suspenso pelo menos até junho –e talvez por muito mais tempo–, os administradores e jogadores do esporte estão correndo para reduzir seus prejuízos em meio a adiamentos e cancelamentos generalizados de torneios.

E, por trás desses ajustes, pende uma ameaça –a de que alguns eventos, especialmente os dos degraus mais baixos dos tours profissionais masculino e feminino, não sobrevivam.

“Isso é real”, disse Steve Simon, o presidente executivo da WTA, a associação do tênis feminino. “Os torneios sofrem golpes pesados por não acontecerem.”

O tamanho do baque para cada torneio depende de diversos fatores, entre os quais o momento do adiamento, o orçamento operacional envolvido, os contratos de patrocínio e o acordo vigente com os locais em que eles ocorrem.

As apólices de seguro em vigor, em geral, não ajudam. Wimbledon, cancelado nesta quarta (1º), é um dos poucos eventos que contam com alguma cobertura contra pandemias. A vasta maioria dos eventos do tour não está coberta. De fato, muitos dos torneios da associação masculina de tênis (ATP) e da WTA não assinaram apólices de seguro com cobertura contra cancelamento, que custam entre US$ 200 mil (R$ 1,05 bilhão) e US$ 700 mil (R$ 3,67 bilhões) ao ano, a depender do faturamento do torneio evolvido.

“Temos seguro contra terremoto ou ataque terrorista, e coisas assim, mas nenhum torneio que conheço está segurado contra esse vírus específico, de modo que não há cobertura de seguro”, disse Edwin Weindorfer, cuja empresa administra torneios em quadras de grama em Mallorca, Espanha, e nas cidades alemãs de Berlim e Stuttgart.

Sem recurso ao seguro, os torneios terão de absorver prejuízos sem ajuda, a não ser que as direções da ATP e da WTA, ou as federações nacionais de tênis, escolham oferecer apoio financeiro.

“Os torneios estão sofrendo golpes tremendos, e obviamente os jogadores sofrerão golpes tremendos, porque estão desprovidos da oportunidade de competir por diversas semanas”, disse Simon. “Creio que esse seja um dos desafios que todo o mundo está tentando resolver. Como distribuir os prejuízos significativos que todos os membros estão sofrendo, e o prejuízo que o tour mesmo sofrerá?”

Gerard Tsobanian, presidente do Aberto de Tênis de Madri, um torneio masculino e feminino em quadra de saibro marcado para maio, não acredita que que os tours sejam capazes de oferecer muita assistência.

“Não acredito que elas tenham fundos suficientes para ajudar os jogadores e os torneios ao mesmo tempo”,

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