Sei que o usual na construção da ideia desse tÃtulo é fazer uso da conjunção coordenativa alternativa “ou” em lugar da conjunção coordenativa aditiva “e”.
Tenho certeza de que, se eu tivesse sido uma aluna melhor na disciplina de português, seria bem mais fácil explicar meu ponto de vista. O “ou” indica sucessão de fatos que se negam entre si, enquanto o “e” possui a função de adicionar.
Ou seja, a bolsa se adiciona à vida e vice-versa, sendo a bolsa um objeto de uso pessoal, o lugar onde são feitos negócios ou ainda o benefÃcio dado a estudantes e atletas cujo mérito faz jus ao suporte recebido.
A expressão “a bolsa ou a vida” é em si falaciosa, como já apontou o psicanalista Jacques Lacan. Escolher pela bolsa significaria ficar sem a vida, que não teria qualquer sentido sem a existência de quem a pudesse portar.
Moral da história: a vida vem sempre em primeiro lugar, e tudo o mais é busca, desejo ou frustração.
A última semana foi marcada por assombros: mais de uma centena de mortos devido a uma explosão causada não por terrorismo, mas por negligência no LÃbano. Nada muito diferente daquilo que acontece no Brasil, onde já se chega aos 100 mil mortos oficiais em função da Covid-19.
E os danos não param aÃ. Alterando a vida de milhares de jovens no Brasil, foi cancelada a Bolsa Atleta de 2020, benefÃcio que há anos colabora para o desenvolvimento do esporte no paÃs. O edital deste ano foi adiado para 2021.
Como toda bolsa, esse benefÃcio é concedido por mérito à quelas e aqueles que se destacam em suas modalidades, em nÃvel nacional ou internacional. A manutenção desse destaque depende de dedicação que gera resultados, reforçando o modelo esportivo de excelência.
Como psicóloga, tive a oportunidade de acompanhar atletas que usavam desse benefÃcio para buscar aprimorar suas qualidades emocionais para treinar e competir.
A função da Bolsa Atleta é essa, dar autonomia a atletas que antes eram reféns de sistemas que dominavam suas vidas, tornando-os presas materiais e emocionais de pessoas inescrupulosas que manipu