Diante de um edifício de escritórios não muito distante de onde Novak Djokovic mora, uma Lamborghini está estacionada em uma rua ladeada por hotéis de luxo, restaurantes e carros esportivos.

Do lado de dentro, o tenista fala sobre tempos difíceis.

“Dez marcos, eu me lembro. Dez marcos”, disse Djokovic, vencedor de 17 torneios de Grand Slam —o último conquistado na final do Australian Open no domingo (2).

Enquanto fala, ele bate a mão sobre uma mesa de reuniões, exatamente como seu pai, Srdjan, fez, segurando uma nota de dez marcos, na mesa da cozinha do apartamento apertado em que a família Djokovic vivia em Belgrado.

Isso aconteceu durante a violenta dissolução da antiga Iugoslávia, na década de 1990. Djokovic não se lembra exatamente de quando, mas recorda as palavras de seu pai.

“Dez marcos eram o equivalente a US$ 10, e meu pai disse que aquele era todo o dinheiro que tínhamos e que precisávamos nos manter unidos e descobrir como sair daquela enrascada. Foi um momento muito poderoso e muito impactante no meu crescimento, na minha vida e na vida de todos nós”.

Em 1999, Djokovic e sua família encontraram um modo de ele deixar a Sérvia, aos 12 anos de idade, para treinar na academia de tênis de Niki Pilic, em Munique, o começo de sua caminhada rumo ao topo de seu esporte.

Djokovic demonstrou resiliência e determinação notáveis, sempre estimulado pela lembrança de crescer em meio a conflitos, privações e incertezas.

Aos 32 anos, no entanto, depois de conquistar mais de US$ 100 milhões em premiações e centenas de milhões de dólares adicionais em contratos de patrocínio, ele está em um momento e em um lugar muito diferentes.

O tenista explicou que ele, sua mulher, Jelena, e seus filhos —Stefan, 5, e Tara, 2— começam a manhã dando bom dia ao sol na varanda de seu apartamento, que tem vista para o Mediterrâneo.

“Acordamos cedo, porque levo meu filho para a escola, preparamos nossos sucos na cozinha de manhã e, depois, saímos para ver o sol nascer e fazemos nossa sessão de abraços e nossa sessão de música”, ele disse. “E fazemos um pouco de ioga”.

Djokovic ri, meio sem jeito, mas acredita que esse ritual privado reflete o quanto ele mudou. Em sua opinião, ele já não joga tênis para provar seu valor, mas para melhorar e para melhorar a vida das pessoas que o cercam.

Nos primeiros 15 minutos de uma entrevista concedida em dezembro, não houve necessidade (ou oportunidade) de fazer perguntas. Djokovic, que raramente fala em detalhes sobre sua vida pessoal e gosta de discorrer longamente sobre os assuntos, apertou minha mão com firmeza, se acomodou e começou a falar, parando de vez em quando para pedir desculpas pelo monólogo.

“Todo mundo fala de troféus, realizações, recordes, históricos, e eu tenho a sorte de ser um dos caras em condição de falar disso,

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