A pandemia do novo coronavírus transformou o futebol das grandes ligas europeias em um produto televisivo pior.

A ausência de público nos estádios, como medida de controle do contágio, afetou o ambiente das partidas, e o próprio nível de jogo sofreu com a abrupta interrupção dos torneios, obrigando atletas e equipes a se recondicionarem, física e tecnicamente, com a temporada em andamento.

Contudo, enquanto as principais competições da Europa ainda estudam formas de voltar a receber torcedores em seus estádios, a televisão continuará sendo o melhor e mais seguro meio de assistir aos jogos pelos próximos meses.

E isso, na opinião do inglês Dan Jones, fortalecerá as TVs, que ganharão ainda mais importância em um cenário na qual já são extremamente relevantes para o sucesso dessas ligas. Jones é líder de negócios do esporte da Deloitte Reino Unido e editor do relatório de finanças do futebol publicado anualmente pela empresa.

“Não há dúvida de que, para uma TV ou uma transmissora, a experiência que você tem agora, sem público, é pior do que você tinha antes. As TVs estão tentando criar formas de serem mais interessantes, com torcedores virtuais, banners. Por outro lado, em termos de audiência, estão com fortes números”, ele afirma à Folha.

“Antes as pessoas estavam trabalhando, no parque, indo e voltando. Com a quarentena, o universo de coisas que elas estão fazendo diminuiu consideravelmente, e o futebol se tornou uma grande distração. Isso entrega algum valor às TVs. A longo prazo, o futebol vai voltar mais forte, porque as pessoas vão reconhecer a importância dele nas suas vidas”, completa.

Entre as cinco principais ligas europeias, a França é a única que acena com a possibilidade de já iniciar sua temporada com torcedores nos estádios. O país testou em amistosos e na final da Copa da França um modelo de jogos com públicos de até 5.000 torcedores.

A Ligue 1 prevê o início da temporada 2020/2021 a partir do próximo dia 22 de agosto. Premier League, LaLiga, Bundesliga e Serie A deverão começar suas novas temporadas em setembro.

Para entender a relevância dos direitos de transmissão para as receitas das principais competições nacionais da Europa, basta dizer que o dinheiro da TV representa a maior fatia da arrecadação de todas as cinco ligas mais fortes do continente.

De acordo com o relatório da Deloitte, a Premier League faturou 5,8 bilhões de euros na temporada 2018/2019. Desse total, 3,4 bilhões corresponderam aos direitos televisivos –59%, maior porcentagem entre as grandes ligas europeias.

Em LaLiga, 1,8 bilhão de euros dos 3,3 bilhões de receita (54%) vieram dos contratos de TV. Na Bundesliga, 1,4 bilhão dos 3,3 bilhões totais (44%). A Serie A italiana arrecadou 2,5 bilhões, com 1,4 bilhão proveniente das transmissões (58%), enquanto a Ligue 1, da França, recebeu 901 milhões das TVs de um total de 1,9 bilhão de euros em receitas (47%).

A pandemia,

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