O gol decisivo de uma das partidas mais memoráveis da história do Palmeiras nasceu de jogada em que tudo deu errado.

Alex deveria cobrar a falta pelo alto e em direção à primeira trave. A batida saiu fraca, baixa e pelo meio da área. Os jogadores do Palmeiras deveriam acompanhar a jogada ensaiada e quase todos fizeram isso. O lance foi tão equivocado que o zagueiro Adilson, do Corinthians, fez proteção para que a bola fosse pela linha de fundo.

Foi o instante em que Marcos Aurélio Galeano mudou seu status diante da torcida palmeirense. Ele fugiu do script, acompanhou a trajetória da cobrança e completou para o gol. Foi o que definiu a vitória de virada do Palmeiras sobre o Corinthians por 3 a 2 na segunda partida da semifinal da Libertadores de 2000.

A finalização levou o confronto para os pênaltis. Marcos defendeu o chute de Marcelinho Carioca e levou a equipe de Palestra Itália para a decisão.

O jogo, que completa 20 anos neste sábado (6), fez com que Galeano, antes visto como um volante esforçado e às vezes criticado pelos torcedores, se transformasse em ídolo. Todas as vezes em que vai a jogos no Allianz Parque recebe centenas de pedidos de autógrafos e fotos. Em grande parte por causa daquele gol sobre Dida no Morumbi.

“Eu sei que esse gol mudou minha imagem. A valorização de um jogador defensivo nunca é a mesma de um jogador ofensivo. Foi uma recompensa por estar no lugar certo e na hora certa. Um Marcos fez o gol que levou o jogo para os pênaltis e outro fez a defesa que deu a classificação. Foi a minha consagração e isso me deixa muito orgulhoso”, relembra Galeano, hoje com 48 anos.

Os dois Marcos ofereceram um êxtase para a torcida palmeirense no momento em que a rivalidade com os corintianos dentro de campo estava no auge, com uma série de confrontos, polêmicas e confusões. Inimizades que Galeano, como um dos homens de confiança do técnico Luiz Felipe Scolari, viu por dentro.

De acordo com o treinador, o atleta era o volante “que tinha de vigiar a casinha”, se referindo à área na defesa. Quando passava do meio-campo e ia ao ataque, Galeano escutava, do banco de reservas, a bronca do chefe.

“A gente incorporou o estilo combativo do Felipão e a rivalidade contra o Corinthians, naquele momento, estava muito alta. Existia muita provocação. Eles tinha, Edílson, Vampeta, Marcelinho [Carioca]… O Marcelinho era complicado. Ele não falava muito em campo, mas só olhar dele já provocava. Você tinha de se controlar para não fazer besteira”, lembra o cabeça de área.

No cenário geral, era o momento em que Palmeiras e Corinthians brigavam pelo domínio do futebol brasileiro e sul-americano. E parecia que o Corinthians levaria a melhor. Campeão brasileiro de 1998 e 1999, do Paulista de 1999 e Mundial de 2000, o time estava atrás do título que faltava e chegaria apenas em 2012: a Libertadores.

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