O Ministério Público de São Paulo encontrou movimentações bancárias consideradas anormais feitas pelo ex-presidente do São Paulo Carlos Miguel Aidar, 73, na mesma época da transferência do zagueiro Iago Maidana ao clube, em setembro de 2015.
O órgão aceitou, em janeiro de 2016, um pedido para investigar denúncias de desvio de dinheiro na sua gestão.
Documentos dessa investigação, aos quais a Folha teve acesso, mostram quebras de sigilo bancário que compreenderam 17 meses, de 2015 a 2016.
Eles classificam como suspeito o volume de depósitos em dinheiro nas contas de Aidar, principalmente após o São Paulo pagar R$ 1 milhão ao Monte Cristo (GO), equipe que vendeu Maidana ao time tricolor, em setembro de 2015.
A polêmica contratação do zagueiro foi o estopim de uma crise polÃtica no clube paulista, que culminou com a renúncia do ex-dirigente, no mês seguinte, sob acusações de corrupção. Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, o sucedeu no cargo.
O ex-presidente movimentou dinheiro em cinco contas bancárias no perÃodo analisado pelo Ministério Público, e o relatório do órgão fala em “anormalidade” nas operações. Em setembro de 2015, por exemplo, mês da contratação do jogador, foram depositados R$ 70 mil em espécie nas contas do cartola.
Segundo os documentos, Aidar recebeu, dos dias 9 a 29 daquele mês, 14 depósitos em dinheiro vivo no valor de R$ 5 mil â12 deles após o dia 17, data que o São Paulo transferiu R$ 1 milhão para a conta do Monte Cristo.
O Ministério Público aponta que o ex-dirigente costuma movimentar grandes volumes em suas contas, mas que esse mês especialmente chama a atenção pela alta quantidade de depósitos em dinheiro, não observada nos outros 16 meses analisados.
De acordo com a apuração, embora não seja possÃvel afirmar que essas movimentações atÃpicas ocorreram em decorrência do pagamento ao clube goiano, não há dúvida de que a modificação de padrão de movimentações financeiras nas contas do investigado pode ser considerada suspeita.
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