Passado o choque inicial do adiamento dos OlimpÃada de Tóquio de 2020 é tempo de pensar como, quando e o que será uma nova edição olÃmpica.
Os simplistas querem fazer crer que é só pegar o plano original e colar sobre o calendário de 2021. O tão conhecido control-X, control-V. Ledo engano.
Entendo que esse momento provou algumas coisas muito importantes ao mundo: que o Movimento OlÃmpico não está imune ao que passa na sociedade; que o COI não é uma instituição que dita sozinha as normas que regem sua face pública, ou seja, os Jogos OlÃmpicos; e, por último, mas não menos importante, que ouvir e agir com respeito pode ser mais importante do que ditar regras.
A negação da gravidade da pandemia e a demora em se posicionar sobre a continuidade dos preparativos ampliou uma imagem de arrogância que marca os mandatários olÃmpicos. O momento exige recolhimento e preservação de vidas e o recado do COI era para que os atletas continuassem a treinar a despeito dos riscos que isso poderia causar. Foi necessário um pequeno levante de dirigentes nacionais para que o anúncio do adiamento fosse antecipado. Sinal dos tempos. Nenhum dirigente dirige nada sem dirigidos. Que óbvio!
Posto isso, tem inÃcio uma situação inédita que é a realização da competição olÃmpica fora de seu calendário quadrienal. Pensando de forma sistêmica isso representa a desorganização de todo um complexo de ações esportivas. Campeonatos mundiais e até as seletivas para a Copa do Mundo de 2022 pesam nessa desordem. Isso porque cada um desses eventos é fonte de renda para as Federações que os promovem.
Se a crise financeira é um fantasma que habita o futuro, claro está que ninguém quer ter ainda mais prejuÃzos do que os já anunciados por aquilo que não se pode realizar no presente.
O cenário atual mostra como o sistema esportivo é organizado como uma estrutura complexa e sistêmica e não apenas piramidal. O deslocamento de uma de sua