No Brasil, em plena pandemia de coronavírus, o ex-capitão da seleção brasileira e do PSG está ajudando as populações mais carentes das periferias de São Paulo e Rio de Janeiro por meio da sua Fundação Gol de Letra, para a qual ele está pedindo doações. Raí também está se mobilizando em favor da democracia, fragilizada atualmente Brasil.

O “capitão Raí” pendurou as chuteiras há 20 anos, mas seu carisma continua intacto. O mesmo homem que inflamou as arquibancadas de Ribeirão Preto, São Paulo e Paris, está cada vez mais comprometido com ações sociais por meio da sua Fundação Gol de Letra, lançada em 1998 em Paris, com outro ex-jogador do PSG, Leonardo.

Na entrevista exclusiva à RFI, Raí falou sobre suas atividades sociais, seu engajamento pela democracia, assim como seu irmão Sócrates, e também sobre futebol.

“Há 22 anos, a Fundação Gol de Letra é voltada para a educação de jovens das periferias, de São Paulo, onde moro, e do Rio de Janeiro. Mas, neste momento de crise sanitária, adaptamos nossas atividades e estamos distribuindo cestas básicas, com alimentos para famílias que sofrem com a fome”, disse.

“A fome nunca desapareceu do Brasil, como no Nordeste, por exemplo. Mas nas grandes cidades, apesar das desigualdades sociais, era menos visível. A pandemia e o isolamento social, instaurado desde o início de março, tornaram urgente a ajuda para as famílias pobres que ficaram confinadas e sem recursos.”

​Esta situação é apenas devido ao coronavírus e ao isolamento social? Ultimamente, a situação econômica já era frágil. Esperávamos uma retomada, mas, com o confinamento, todas as famílias dependentes de empregos irregulares no setor informal se viram sem nada. Sem renda e um auxílio do governo de difícil de acesso. Distribuímos mais de 40 toneladas de alimentos. É por isso que lancei essa campanha de doações, especialmente na França.

Os pedidos de isolamento social estão sendo seguidos na medida em que o presidente Bolsonaro se opõe a essa estratégia decretada pelos governadores para lutar contra o coronavírus? A mensagem é confusa, claro, porque o presidente e seus apoiadores têm uma posição diferente, mas felizmente a Constituição garante aos governadores e prefeitos o poder de tomar as decisões. Governadores e prefeitos aprenderam, com os exemplos (de combate) da epidemia na Ásia e na Europa, e também com os cientistas, como salvar vidas. É difícil para a economia, mas a saúde deve vir em primeiro lugar.

Nós, com a Fundação, defendemos o confinamento porque o sistema de saúde está sobrecarregado, não há mais lugares. No entanto, considerando as grandes desigualdades sociais no Brasil, temos alguns dos melhores hospitais do mundo, mas são privados e reservados para uma minoria. E os hospitais públicos, sem grandes recursos, são para a maioria da população. Espero que, diante dessa situação dramática, pensemos em uma sociedade mais justa em um futuro próximo.

Seu irmão mais velho, já falecido, Sócrates, era um ídolo não apenas como jogador de futebol,

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