Desde que explodiram as acusações de uso ilegal de substâncias por Alberto Salazar, ex-treinador do Nike Oregon Project, em atletas de elite, o somali naturalizado britânico Mo Farah, que fazia parte do projeto, tem se esquivado da polêmica.

Por causa das denúncias, Salazar foi banido por quatro anos pela World Athletics (federação internacional de atletismo, ex-Iaaf), após ter sido suspenso pela Usada (Agência Antidoping dos Estados Unidos, na sigla em inglês). Na sequência, a Nike encerrou o programa e o presidente da marca anunciou sua saída do cargo para o início deste ano.

O Nike Oregon Project ainda foi alvo de acusações de atletas que dizem ter sofrido pressões abusivas, o que levou a uma investigação interna, ainda que ele já tivesse sido descontinuado.

Durante a polêmica, Farah aparecia como um ex-atleta do projeto, que havia saído assim que as primeiras acusações de doping, em 2017, vieram à tona. Isso até esta segunda-feira (24).

O jornal britânico The Guardian afirma que emails obtidos pelo programa de TV BBC Panorama, que foi ao ar também nesta segunda, na BBC One, mostra que pessoas importantes da federação de atletismo do Reino Unido, UK Athletics, debateram se seria ético e no “espírito do esporte” administrar quatro injeções de L-carnitine em Farah a dois dias de sua participação na Maratona de Londres em 2014.

A L-carnitine é um aminoácido produzido naturalmente pelo corpo e é usado, em sua versão artificial, para melhorar a performance. A Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) permite sua administração em um limite de 50 ml a cada seis horas.

De acordo com o Guardian, o então chefe da área médica da UK Athletics, dr. Rob Chakraverty, o líder de corrida de resistência, Barry Fudge, o ex-diretor de performance da UK Athletics, Neil Black, e Salazar estavam presentes quando o aminoácido foi administrado em Farah antes do sua estreia nos 42 km em Londres.

A dose, segundo foi dito a uma comissão em 2017, teria sido um total de 13,5 ml, bem abaixo do permitido, mas Chakraverty teve o que foi considerado uma “conduta imperdoável” de não registrar oficialmente a administração da substância.

O médico, ao se desculpar, afirmou que estava muito ocupado lidando com registros de dosagem de outros 140 atletas que estavam sob sua responsabilidade.

Alberto Salazar abraça Mo Farah (dir.), que fazia parte do Nike Oregon Project à época, e Galen Rupp, após a disputa dos 5.000 metros no Mundial de Atletismo em Daegu, na Coreia do Sul, em 2011 (Jung Yeon-je - 4.set.2011/AFP)Alberto Salazar abraça Mo Farah (dir.), que fazia parte do Nike Oregon Project à época, e Galen Rupp, após a disputa dos 5.000 metros no Mundial de Atletismo em Daegu, na Coreia do Sul, em 2011 (Jung Yeon-je – 4.set.2011/AFP)

O outro problema no caso de Farah

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