Willian Borges da Silva, 31, jogador do Chelsea (ING) e da seleção brasileira, passou duas semanas sozinho em seu apartamento em Londres. Callum Hudson-Odoi, seu companheiro de elenco no clube inglês, havia testado positivo para coronavírus.

Sua família estava no Brasil e a primeira coisa que fez ao sair da quarentena foi pedir ao clube para viajar para São Paulo e ficar perto da mulher Vanessa e das filhas Manuella e Valentina, de 8 anos.

Trancado em casa com elas, tem mais tempo para fazer coisas que não conseguia com a temporada em andamento. Brincar com as crianças e ver filmes com a esposa. Mas na cabeça, está a preocupação: quando isso vai acabar?

Em depoimento à Folha, o jogador que participou das Copas do Mundo de 2014 e 2018 fala sobre o dia a dia com a pandemia e pede que as pessoas sigam os conselhos dos especialistas em saúde e fiquem em casa.

Eu percebi que o coronavírus era sério ao ler as notícias de que havia chegado à Europa. Já tinha escutado sobre a doença no final de 2019, quando começaram a aumentar os casos na China. Em questão de semanas estava em todas as partes do mundo. Mas houve um momento em que a ficha caiu de verdade para todos nós.

Em 12 de março nos avisaram que havia um companheiro no Chelsea com coronavírus. Quando o Hudson-Odoi testou positivo, o clube disse a todos nós que teríamos de ficar em quarentena, dentro de casa, sem contato com ninguém. Minha família estava no Brasil e fiquei sozinho por 14 dias, trancado. Tentei dar um jeito para treinar, o que foi difícil porque em Londres moro em apartamento.

Assim que acabaram essas duas semanas procurei dirigentes e pedi que me liberassem para voltar ao Brasil. Eles concordaram.

Este é um momento que me preocupa bastante. Falam que depois disso vai haver desemprego e esta é perspectiva que me angustia no Brasil. Como vai ficar a economia? E o emprego das pessoas? Mas ao mesmo tempo creio que não é o momento de pensar nisso e sim, na saúde. Nada mais. É o mais importante de tudo. Se você está bem e saudável, consegue trabalhar. Se está doente, não faz nada.

É situação inédita não apenas para mim ou para o futebol. Para o mundo. Temos de ficar em casa por enquanto. Todos sabem que essa doença pode se alastrar ainda mais e precisamos diminuir essa propagação. A Europa tem feito isso, Estados Unidos também. A China fez e está melhor. Só conseguiremos combater esse vírus se as pessoas estiverem seguras e isso só vai acontecer se ficarem em casa.

Primeira coisa que faço quando coloco a cabeça no travesseiro é pensar nisso. Reflito e agradeço a Deus por eu e minha família estarmos com saúde.

Podem pensar que sou jogador de futebol e ganho bem, mas esse vírus atinge todo mundo,

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