A discussão entre os comentaristas Walter Casagrande e Caio Ribeiro nesta segunda-feira (4), durante o programa “Bem, Amigos!”, do SporTV, ecoa no ambiente político do São Paulo, clube em que Caio foi revelado como jogador no início dos anos 1990, e seu pai, Dorival Decoussau, é conselheiro.

O motivo da discussão foram as críticas que Caio fez na semana passada sobre a fala de Raí, diretor-executivo do São Paulo, que mostrou desacordo com a condução do presidente Jair Bolsonaro no combate à pandemia de Covid-19.

Nesta terça (5), Decoussau, ex-diretor do clube, disse à Folha que concorda com a opinião do filho. Para ele, Raí não deveria ter feito críticas políticas pelo cargo que ocupa na agremiação.

“O Raí é uma pessoa pública e tem todo o direito de expressar suas opiniões. Agora, não pode, quando está exercendo um cargo no São Paulo e, questionado sobre condutas do futebol, como diretor assalariado, fazer críticas ao governo”, afirmou. “O estatuto do clube não permite manifestação política.”

O estatuto do clube, no artigo 33, não proíbe manifestações políticas por membros da diretoria de uma forma geral. Veta que “associados promovam manifestações de caráter político, estranho ao objeto do São Paulo, nas dependências do clube”.

Procurado pela reportagem, o presidente são-paulino, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, descartou qualquer medida contra o seu diretor-executivo. “A declaração do Raí revela a sua compreensão pessoal dos fatos, manifestada como forma de expressão de exercício da democracia”, disse.

Assim como o filho fez durante o programa do SporTV, o conselheiro são-paulino declarou que sua contrariedade diante das declarações de Raí não tem viés político, mas sim o objetivo de preservar a imagem institucional da equipe: “Como o Caio colocou, não se trata de tomar um lado de direita ou de esquerda. Achamos que não se deve misturar clube com a política”.

Sobre a discussão com Casagrande no programa, ele elogiou a postura do filho: “Como pai, você não gosta do seu filho sendo questionado como foi. Caio sempre foi assim, Deus queira que não mude”.

Em fevereiro do ano passado, após a queda da equipe para o Talleres (ARG), na segunda fase da Copa Libertadores, Decoussau foi um dos conselheiros da oposição são-paulina que se reuniram com Leco para fazer cobranças. Ele nega que o objetivo tenha sido pedir a saída de Raí da diretoria de futebol.

“Eu critico o Raí, sim, os números dele como diretor de futebol estão aí. É meu amigo, meu ídolo, mas quem não pode receber críticas? O Raí é um ser infalível? É como todos nós”, diz.

Raí assumiu o cargo em dezembro de 2017 e ainda não conseguiu ajudar o São Paulo a conquistar um título oficial, o que não ocorre desde a Sul-Americana de 2012.

Há uma semana, na entrevista que deu origem à polêmica, o ídolo são-paulino e hoje dirigente disse ao Globoesporte.com que Bolsonaro estava “no limite da irresponsabilidade” ao ir contra as recomendações da Organização Mundial da Saúde.

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