A Federação de Futebol dos Estados Unidos (U.S. Soccer) e as integrantes de sua seleção feminina, campeã da Copa do Mundo, propuseram soluções diferentes para pôr fim à amarga disputa salarial que resultou em um processo por discriminação, de acordo com documentos encaminhados ao tribunal na noite de quinta-feira (20).

A federação está buscando evitar o julgamento por discriminação de gênero que deve ser iniciado em breve e solicitou que o juiz encarregado do caso descarte a queixa das jogadoras. As jogadoras também solicitaram uma decisão pré-julgamento, mas em termos muito diferentes. Buscam quase US$ 67 milhões em pagamentos e indenizações.

As petições diametralmente opostas, apresentadas na noite de quinta-feira a um tribunal federal na Califórnia, demonstram a grande distância que continua a separar as jogadoras e a federação, não só quanto ao que cada lado considera justo como solução, mas também em seus conceitos básicos sobre o que constitui remuneração justa, a despeito de anos de litígios, depoimentos, campanhas de relações públicas e, em meio a tudo isso, dois títulos consecutivos do Mundial.

O juiz encarregado, R. Gary Klausner, pode optar por qualquer das duas soluções e invalidar o julgamento que ele marcou para maio. Mas embora Klausner pareça ter apoiado algumas das reivindicações das jogadoras sobre desigualdade de remuneração e condições de trabalho, ao autorizar que o caso seja julgado como ação coletiva, em novembro, tanto a federação quanto as atletas antecipam que ele permitirá que o caso prossiga para o julgamento, em lugar de decretar um vencedor.

A indenização multimilionária buscada pelas jogadoras –um grupo de dezenas de atletas que inclui estrelas como Alex Morgan e Carli Lloyd mas também jogadoras que defenderam a seleção em apenas algumas poucas partidas– seria um abalo significativo para as finanças da federação e potencialmente afetaria os gastos não só com as seleções masculina e feminina mas com o desenvolvimento de atletas jovens, treinadores e árbitros.

Em sua petição, e ao estimar pela primeira vez um valor financeiro para sua pedida, as jogadoras solicitaram o julgamento sumário descrevendo-o como uma solução simples, “um dos raros casos” nos quais elas têm direito a prevalecer porque suas queixas de desigualdade de remuneração e discriminação de gênero estão explicitadas em seus contratos com a federação.

“Não existem questões factuais genuínas que impeçam que as questões centrais sobre a discriminação salarial pela federação sejam decididas em favor das queixosas imediatamente”, escreveu o advogado que comanda a equipe que representa as jogadoras, Jeffrey Kessler.

Afirmando que as ações da federação representavam violação clara das leis federais, especificamente da lei de igualdade salarial, um especialista contratado pelas jogadoras calculou o valor de US$ 66.722.148 para os pagamentos atrasados e indenização, “com quantias adicionais a serem solicitadas como indenização punitiva no julgamento de maio”.

O especialista afirmou que chegou ao valor levando em conta o desempenho, o calendário e os resultados das partidas da seleção feminina e calculando quanto as jogadoras teriam ganhado sob os valores distintos estipulados para a seleção masculina dos Estados Unidos.

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