Para compreender por que Maria Sharapova está se aposentando do tênis profissional aos 32 anos, ajuda saber o que ela já não consegue suportar.

“Vejo fotos que me mostram em movimento logo antes de acertar a bola, quando estou no ar ou quase fazendo contato”, ela disse na terça-feira (25), “e mal consigo olhar, sinto um calafrio. Tenho muita dor”.

Nos últimos dois anos, a dor vem sendo companheira constante de Sharapova, antiga número um do ranking mundial do tênis feminino e uma das atletas mais ricas e mais reconhecíveis internacionalmente no esporte do século 21. No entanto, ela não conseguiu voltar à sua melhor forma depois de uma suspensão por usar uma substância proscrita, em 2016.

Desde então, teve de enfrentar problemas recorrentes nos tendões de seu ombro direito e uma inflamação em seus antebraços que em determinados momentos torna dolorosamente difícil para ela até segurar a raquete, quanto mais disparar um forehand.

Mas ela não desistiu por falta de persistência. Em sua opinião, o caso é exatamente o oposto.

“Como vocês devem ter visto durante toda minha carreira, acredito, minha perseverança sempre foi minha principal arma, minha maior força”, ela disse em entrevista. “Mas comecei a sentir que estava se tornando uma fraqueza, porque a teimosia que mantinha em ação estava me mantendo em ação pelos motivos errados.”

Ela foi suspensa em 2016 por usar meldonium, um medicamento para pacientes cardíacos proscrito naquele ano, que Sharapova disse que usava há muito tempo por conta de uma deficiência de magnésio, tonturas e um histórico de diabetes em sua família.

Ela afirmou não estar ciente de que o meldonium havia sido acrescentado à lista de substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping (Wada). Sua suspensão foi reduzida de dois anos para 15 meses, depois de um recurso, e um painel de arbitragem determinou que Sharapova não podia ser considerada como “intencionalmente dopada”.

Sharapova descartou recentemente a possibilidade de uma nova cirurgia no ombro, mas jogar ignorando a dor só causou mais dor. Seu retorno às quadras durou duas temporadas e terminou com uma derrota para Donna Vekic, 19ª no ranking do tênis feminino, na primeira rodada do Australian Open, em 20 de janeiro. No fim, Sharapova disse que a única coisa que sentia era um “peso” esmagador.

“Nos últimos seis meses, passei 14 horas por dia cuidando do meu corpo”, ela disse. “Antes de entrar na quadra a cada dia, sou amarrada a tipo uma máquina de ultrassom, outra máquina, ou uma unidade de recuperação.”

Atleta russa de 1,88 metro de altura, acostumada a pontuar suas cortadas rentes à rede com gritos agudos, Sharapova fez uma das jornadas mais extraordinárias do mundo do esporte. Se não fosse pelo desastre nuclear de Tchernobil, ela certamente não seria uma estrela do tênis.

Seus pais, Yuri e Yelena, viviam em Gomel, hoje parte de Belarus, em abril de 1986, quando o reator explodiu em Tchernobil,

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