Brock Crouch aprendeu muito desde que sobreviveu a uma avalanche, quase dois anos atrás. E voltar às suas velhas manobras no snowboard representa apenas uma pequena parte disso.

Natural da Califórnia, Crouch cresceu surfando e, depois de se apaixonar pelo snowboard, ascendeu rapidamente no ranking do esporte.

Aos 13 anos, ele já era um dos principais atletas na modalidade slopestyle, uma competição decidida por notas na qual atletas se lançam sobre uma série de obstáculos e rampas. Em 2017, ele começou a competir nos X Games.

Mas em abril de 2018, Crouch, aos 18 anos, estava fazendo “heliboarding” –ou seja, snowboarding em uma encosta inacessível e sujeita a avalanches, para a qual os atletas são levados de helicóptero– nos picos altos e indomados da região do Monte Whistler, na província canadense da Columbia Britânica, com um grupo de amigos e uma equipe de câmera.

Ele estava no topo de um funil estreito e muito íngreme, contemplando uma queda que ele calculava ser de entre três e cinco metros. Mas na verdade era uma cornija, um enorme cobertor de neve que se estendia pelo funil. Crouch estava planejando em que direção apontaria a prancha para uma jornada vertical de 450 metros entre encostas rochosas quando uma jornada mais violenta subitamente o arrastou.

Com um som que lembrava uma trovoada, o chão se abriu sob ele, e Crouch despencou encosta abaixo, em meio a uma torrente incontrolável de neve e rochas. O piloto do helicóptero acompanhou a queda do snowboarder e alertou a equipe sobre o lugar em que Crouch havia sido soterrado. Seguindo a trilha do deslizamento, os amigos dele usaram sistemas de rastreamento para localizá-lo e escavaram a neve para retirá-lo.

Crouch ficou soterrado por cerca de cinco minutos. Quando um amigo chegou a ele e removeu a neve de sua boca para que pudesse respirar, o snowbarder mordeu sua mão.

Ele recorda que um de seus primeiros pensamentos foi imaginar se seria capaz de voltar a andar –quanto mais praticar snowboard, ou retomar sua carreira de voos por rampas e encostas.

Crouch decidiu trabalhar por uma recuperação rápida. “Duas semanas e meia depois da avalanche, eu já estava indo, de bengala, à academia”, ele disse. “Queria melhorar o mais rápido que pudesse.”

Isso envolvia longas horas de exercícios físicos, fisioterapia prolongada, consultas médicas constantes e 28 cirurgias odontológicas. Menos de sete meses mais tarde, Crouch estava recuperado o suficiente para voltar à prancha. A primeira coisa que desejava fazer era voltar às encostas imprevisíveis das montanhas distantes.

“Depois de meu acidente, eu estava conversando com meu pai um dia”, afirmou Crouch. “Ele disse que era hora de eu decidir o que queria fazer. Eu decidi que, se não voltasse logo a filmar nas encostas, provavelmente seria um cara tímido pelo resto da vida.”

Crouch se equipou da melhor maneira possível antes de voltar ao território das avalanches. 

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