A última lembrança que o são-paulino tem do uruguaio Gonzalo Carneiro, 24, provavelmente é a cobrança de pênalti com cavadinha diante do Palmeiras, no jogo de volta da semifinal do Campeonato Paulista de 2019, gol que ajudou a equipe tricolor a garantir a classificação à decisão do Estadual.

O meia-atacante disputaria apenas mais 45 minutos pelo clube do Morumbi, na final contra o Corinthians, antes de ser suspenso preventivamente em abril por uso de cocaína.

Em outubro do ano passado, ele foi julgado pelo Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD) e recebeu a suspensão de 24 meses de afastamento do futebol. A pena, válida até 15 de março de 2021, foi o gatilho para agravar um quadro de depressão que o atleta vinha enfrentando.

Desde que chegou ao clube do Morumbi, em abril de 2018, o jogador teve dificuldade para se adaptar à vida em São Paulo. Logo no início, precisou tratar uma lesão no púbis que o manteve fora de ação de novembro de 2017 (ainda atuando pelo Defensor-URU) a julho de 2018, quando enfim estreou com a camisa tricolor.

Para o início da temporada 2019, ele não se apresentou Ã s vésperas da estreia do time no Campeonato Paulista, contra o Mirassol, e terminou multado pela diretoria.

Antes mesmo de ser flagrado no antidoping após derrota para o Palmeiras, no Pacaembu, ainda pela primeira fase do Estadual, o uruguaio já se consultava com uma psicóloga.

A falta de sequência –24 jogos, a maioria saindo do banco de reservas, e somente um gol marcado– aliada à solidão na capital paulista contribuíram para o abatimento do atleta, que ficou, segundo pessoas próximas, desiludido com a sentença de dois anos.

Família, São Paulo, seus advogados e representante tomaram a decisão consensual pela internação do meia-atacante em uma clínica de reabilitação. Além do benefício próprio do tratamento com especialistas, a iniciativa poderia ser positiva também para a defesa do atleta, que tem julgamento no pleno do TJD-AD marcado para este mês.

Nos meses de novembro e dezembro, Carneiro ficou cerca de 45 dias em uma clínica de Porto Alegre que trabalha há 30 anos no tratamento de dependentes químicos.

O uruguaio recebeu alta em 30 de dezembro do ano passado. Na manhã do dia 31, já estava em Montevidéu, onde passou o Ano Novo com a família antes de retomar, em 2 de janeiro, os treinos físicos para tentar manter a forma.

Carneiro não recebe salários do São Paulo desde a suspensão preventiva por doping, em abril de 2019–seu vínculo vai até 31 de março de 2021. O uruguaio também não pode treinar nas dependências do clube tricolor, nem mesmo frequentá-las.

A legislação antidoping proíbe que ele mantenha a forma em associações desportivas (como clubes ou federações) e só permite o retorno a elas no último quarto do seu tempo de suspensão.

De acordo com pessoas do convívio íntimo do atleta,

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