Como as maiores potências da América do Sul, indica a lógica que Brasil e Argentina devem remunerar com os maiores salários seus treinadores.
Neste momento, contudo, a lógica não prevalece. Não por completo.
Cinco vezes campeão do mundo e outras cinco da Copa América, o Brasil tem, sim, o treinador mais bem pago entre os dez que disputarão as eliminatórias para a Copa do Mundo do Qatar, a partir de março.
De acordo com o L’Équipe, principal jornal esportivo da França, Tite, que comanda a seleção brasileira desde a metade de 2016, ganha por mês da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) € 325 mil (R$ 1,54 milhão).
Na outra ponta do ranking, na nona colocação das remunerações, está justamente o treinador da Argentina, país duas vezes campeão mundial e dez vezes vencedor da Copa América –o melhor desempenho no torneio continental.
Lionel Scaloni, que assumiu a seleção alviceleste em 2018, primeiro interinamente e depois efetivamente, recebe por mês € 42 mil (R$ 199 mil) da Associação de Futebol Argentino (AFA).
Eis o ranking do L’Équipe, em euros (€ 1 = R$ 4,74), que não inclui o técnico da Venezuela, o português de 59 anos José Peseiro, contratado no último dia 4.
O técnico Tite, da seleção brasileira, sorri em entrevista coletiva em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, onde a equipe disputou amistoso em novembro (Pedro Martins – 18.nov.2019/MowaPress)
- Tite (Brasil, brasileiro, 58 anos, desde 2016): € 325 mil por mês
- Ricardo Gareca (Peru, argentino, 62 anos, desde 2015): € 308 mil por mês
- Reinaldo Rueda (Chile, colombiano, 62 anos, desde 2018): € 292 mil por mês
- Óscar Tabárez (Uruguai, uruguaio, 72 anos, desde 2006): € 267 mil por mês
- Carlos Queiroz (Colômbia, português, 66 anos, desde 2019): € 250 mil por mês
- Eduardo Berizzo (Paraguai, argentino, 50 anos, desde 2019): € 217 mil por mês
- Jordi Cruyff (Equador, holandês, 46 anos, desde 2020): € 150 mil por mês
- César Farias (Bolívia, venezuelano, 46 anos, desde 2018): € 75 mil por mês
- Lionel Scaloni (Argentina, argentino, 41 anos, desde 2018): € 42 mil por mês
Lionel Scaloni durante amistoso da Argentina contra a Guatemala em Los Angeles (Harry How – 7.set.2018/AFP)
O salário de Tite é quase sete vezes superior ao do colega Scaloni.
Tamanha disparidade faz sentido?
É complicado chegar a uma conclusão, pois cada federação nacional tem seus critérios para definir o quanto deve pagar ao treinador da seleção.
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