Depois que Colin Kaepernick e outros atletas do futebol americano causaram agitação em 2016 por se ajoelharem durante a execução do hino nacional antes das partidas, em protesto contra o racismo e a brutalidade policial nos EUA, as ligas esportivas americanas correram para estabelecer regras para esse tipo de manifestação.
Agora, depois da morte de George Floyd e dos protestos nacionais que o caso inspirou, a questão pode bem ressurgir, com o retorno dos esportes dos Estados Unidos. E algumas ligas estão revisando suas regras.
Abaixo, um panorama sobre a posição de alguns esportes sobre manifestações polÃticas durante a execução do hino.
National Football League (NFL)Em 2018, a NFL anunciou uma regra que proibia que jogadores de futebol americano protestassem se ajoelhando durante a execução do hino nacional. Eles foram autorizados a ficar no vestiário até que a execução do hino acabe.
Roger Goodell, o comissário da NFL, afirmou então que os protestos causavam âuma falsa percepção, para muitas pessoas, de que milhares de jogadores da NFL não são patriotasâ.
Na época, o presidente Donald Trump sinalizou aprovação a parte da nova regra da NFL, mas disse que em sua opinião os jogadores não deveriam ser autorizados a ficar no vestiário em protesto.
Na semana passada, depois que Floyd foi morto e dos protestos que isso gerou, Goodell afirmou em um vÃdeo curto, que ânós, a National Football League, admitimos que estávamos errados por não ouvir os jogadores da NFL anteriormente, e encorajamos todos a se pronunciarem e a protestarem pacificamenteâ.
Trump manteve sua posição. âDeverÃamos ouvir o hino em pé e em posição de respeito, idealmente com uma saudação ou com a mão no coraçãoâ, ele tuitou na semana passada. âHá outras coisas contra as quais você pode protestar, mas não nossa Grande Bandeira Americana. SEM PROTESTOS!â.
OlimpÃadaO movimento olÃmpico mantém há décadas algumas das regras mais severas contra protestos ou declarações polÃticas, entre todos os esportes.
O incidente mais famoso resultou, em 1968, na exclusão de Tommie Smith e John Carlos, atletas da equipe de atletismo dos Estados Unidos, por fazerem a saudação âblack powerâ durante a execução do hino nacional americano. Embora a atitude deles hoje costume ser elogiada como um momento de heroÃsmo, as mesmas regras se aplicam aos atletas olÃmpicos ainda agora.
No ano passado, a arremessadora de martelo Gwen Berry e o esgrimista Race Imboden foram colocados em observação por um ano, pelo Comitê OlÃmpico e ParalÃmpico dos Estados Unidos, por terem se ajoelhado durante a execução do hino americano nos Jogos Pan-Americanos.
A presidente do comitê, Sarah Hirshland, disse que admirava o ativismo de ambos mas afirmou também que os atletas âdevem respeitar as regras sobre as quais concordamos a fim de garantir que os Jogos tenham sucesso em seus propósitos por ainda muitos anosâ.
Na semana passada, Hirshland e Berry falaram por telefone e ambas disseram ter acontecido um pedido desculpas.
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