Para Isabelle Harrison, o alerta do coronavírus virou realidade quando ela correu ao armazém perto de sua casa em Bolonha, Itália, mas não encontrou nem um pacote de macarrão nas prateleiras.

Espaguete. Parafuso. Mesmo o macarrão minúsculo usado para sopas. Nada em estoque.

“Pensei imediatamente que falta de macarrão na Itália queria dizer crise”, disse Harrison em recente entrevista por telefone, dois dias depois de voltar da Itália, onde ela joga como pivô no time de basquete Virtus Segafredo Bologna. “As coisas ficaram sérias a esse ponto, literalmente do dia para a noite. Era como viver em uma zona de pânico. Tantas histórias de horror surgindo. Pessoas morrendo.”

Foi na segunda segunda-feira de março, antes que o governo italiano ordenasse quarentena em todo o país a fim de controlar a difusão do vírus. A liga em que Harrison joga suspendeu a temporada. O celular dela começou a receber um dilúvio de mensagens de amigos e parentes nos Estados Unidos, implorando que ela voltasse para casa.

Harrison, que joga pelo Dallas Wings durante a temporada da WNBA, tem problemas no sistema imunológico e por isso queria sair da Itália e ficar mais perto das pessoas que podem apoiá-la. Ela pagou US$ 1 mil por uma viagem só de ida para o Texas, colocou uma máscara protetora e voou de volta aos Estados Unidos. Planejava se refugiar em um hotel na periferia de Dallas por duas semanas, em autoquarentena, porque não queria o risco de contaminar outras pessoas.

“Não sei se nossa temporada vai recomeçar, ou se voltarei a ser paga, e financeiramente o salário italiano é com certeza importante para mim”, disse Harrison, que é de Nashville e jogou basquete universitário pela Universidade do Tennessee. “Toda essa situação é simplesmente muito assustadora.”

O coronavírus virou o mundo do esporte de cabeça para baixo e deixou muitos atletas profissionais como Harrison na incerteza. Mas as mulheres, que batalharam tanto para chegar ao nível mais elevado do esporte, talvez sofram consequências mais sérias do que algumas dificuldades de viagem.

Seus salários e seus contratos de patrocínio em muitos casos têm valor muito inferior aos masculinos; as ligas em que elas jogam são menos estabelecidas. O espectro de uma recessão é causa de preocupação adicional.

As ligas profissionais femininas em geral concentram suas atenções em aproveitar seus sucessos para se expandir, e em encontrar maneiras de cultivar suas marcas a fim de torná-las sustentáveis em longo prazo. Mas como o restante da população diante das complicações cotidianas causadas pelo coronavírus, elas agora precisam descobrir como navegar em um mundo que está mudando praticamente de minuto a minuto.

Ligas de basquete como a Associação Chinesa de Basquete e a Euroleague, na qual Harrison joga, suspenderam seus torneios, criando dificuldades para as jogadoras.

O agente de Harrison, Boris Lelchitski, disse que estava preocupado com a possibilidade de que suas clientes que jogam no exterior venham a levar calotes no pagamento de salários e bonificações,

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