Ambas explodiram alguns meses antes da Olimpíada, foram consideradas emergências de saúde pública, de preocupação internacional, e tinham casos concentrados numa localidade próxima à sede dos Jogos. Mas as semelhanças entre as epidemias de zika e de covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, param por aí.

Diferença marcante é que a zika, assim como dengue, febre amarela e chikungunya, quase sempre requer um mosquito para ser transmitida (pode haver transmissão sexual, mas é mais raro).

As consequências da doença podem ser graves, como microcefalia em bebês de mães infectadas durante a gravidez. De 2015 a 2019 foram 18 mil notificações de casos de crianças cujo desenvolvimento pode ter sido afetado pelo vírus e 1.291 óbitos, de acordo com o Ministério da Saúde.

A Olimpíada do Rio aconteceu no inverno do hemisfério Sul, quando o número de insetos é menor, o que contribuiu para arrefecer os ânimos à época. Houve poucas desistências de atletas que alegaram esse motivo, na maioria dos casos de golfistas, cujo esporte que não tem nos Jogos seu principal torneio.

O que também ajudou foi a possibilidade de evitar a infecção ao se eliminar locais de reprodução do inseto, usar repelentes, colocar telas nas janelas, usar mosquiteiros nas camas, entre outros.

“O Aedes não está em todos os países. A chance de um arbovírus [vírus transmitido por um artrópode] causar uma pandemia é quase zero”, afirma Helder Nakaya, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.

Pelo pouco que se sabe a respeito do novo coronavírus, tudo tende a ser pior para a Olimpíada de Tóquio-2020.

O presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, já disse que não trabalha com a hipótese de cancelamento ou adiamento do evento, mas a cada dia cresce o número de eventos afetados.

O Sars-CoV-2 (nome padronizado do novo coronavírus) se dissemina pelo ar, por meio da respiração, tosse e espirro de pessoas com o patógeno. Qualquer ambiente fechado com uma pequena aglomeração se transforma numa fonte de enorme risco de contágio.

O vírus da gripe, doença que guarda muitas semelhanças com a covid-19, incluindo o modo de transmissão, viaja por mais de dois metros com facilidade após um espirro de uma pessoa infectada e pode permanecer por horas no ar, em gotículas. Supõe-se que a comportamento do Sars-CoV-2 seja semelhante.

Esses vírus respiratórios se espalham com mais facilidade no frio. Isso se dá tanto por conta das aglomerações quanto pela menor incidência de luz solar, que é capaz de destruir o patógeno, diz Amílcar Tanuri, professor da UFRJ. A temperatura mais fria também acelera a replicação do vírus no trato respiratório.

Como a Olimpíada de 2020 acontece no verão do hemisfério Norte, há esperança de que a corrida de barreiras imposta pelo novo coronavírus no país asiático já esteja na reta final quando os Jogos estiverem para começar.

“No momento, não tem como dizer que um lugar ficará sem o vírus.

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