Por anos e anos tenho lido e ouvido que o Brasil deveria modificar seu calendário, adaptando-o ao da Europa.

Para quem não sabe do que se trata, explico.

No Brasil, assim como em outros países da América do Sul, a temporada vai de fevereiro a novembro. Na Europa, começa em agosto de um ano e termina em maio do ano seguinte.

Haveria, com essa alteração, a vantagem de os clubes daqui deixarem de correr o risco de na metade do campeonato perderem seus melhores jogadores para os endinheirados europeus, que vão às compras principalmente na intertemporada (junho e julho).

Pois, bem em meio à pandemia de coronavírus que paralisou as competições de futebol mundo afora, há uma voz que propõe justamente o contrário: que a Europa passe a seguir o calendário sul-americano.

Essa voz é a do italiano Adriano Galliani, executivo que pilotou o Milan de 1986 a 2013, acumulando glórias fulgurantes, entre as quais cinco Ligas dos Campeões da Europa, duas Copas Intercontinentais, um Mundial de Clubes e oito Campeonatos Italianos.

E o que o coronavírus tem a ver com essa proposição de Galliani? Tudo.

Ele só deu essa ideia porque a Europa se vê em uma corrida contra o tempo para conseguir terminar a temporada de 2019/2020 sem que ela prejudique o início da de 2020/2021.

Como a cada dia que passa a Covid-19 insiste em se manter forte e expansiva, é improvável que se chegue a uma fórmula viável para se encerrar os campeonatos como desejado.

Não há em andamento apenas as competições nacionais (que incluem as Copas de cada país) mas também as europeias (Champions League e Liga Europa).

Supondo que a bola possa rolar no começo de junho – nada indica que haja uma situação sanitária que permita que isso ocorra antes sem que haja altos riscos –, para que tudo termine com “só” um mês de atraso, alguns times teriam de ir a campo no intervalo máximo de dois a três dias.

Possível até é, só que os clubes teriam de pôr em prática um revezamento entre os titulares, sem poder jogar com a força máxima, pois o risco de alguns, ou vários, “estourarem” fisicamente seria enorme.

E a correria para encerrar a temporada aconteceria com estádios desertos, sem torcida, ainda para evitar o possível contágio pelo coronavírus.

Nada mais sorumbático. O futebol sem o chamado 12º jogador torna-se menos futebol e passa a ser mais tênis, golf

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