É uma escolha sobre a qual ninguém no movimento olímpico deseja falar, mas está cada vez mais presente: uma Olimpíada de Tóquio disputada sem torcedores, com apenas 10 mil atletas competindo diante de mares de assentos vazios.

Com a difusão continuada do coronavírus, e um total de mais de três mil mortes e mais de 90 mil casos da doença documentados em todo o mundo, eventos esportivos sem a presença de torcedores estão a caminho de se tornar a nova norma.

Os torcedores não puderam assistir a uma etapa da Copa do Mundo da União Internacional de Biatlo, na República Tcheca, iniciada na quinta-feira (5). Na Itália, a principal liga de futebol do país teve neste final de semana jogos disputados em estádios vazios, sem torcida. Nesta segunda (9), o governo italiano decretou a suspensão das atividades esportivas no país. Como medida de segurança diante da epidemia do novo coronavírus, o primeiro-ministro Giuseppe Conte paralisou as competições “em todos os níveis” ao menos até o dia 3 de abril.

E na Inglaterra, onde os clubes da Premier League foram instruídos a evitar as trocas de apertos de mão que costumam acontecer antes dos jogos, também surgiram instruções para que eles se preparassem para disputar partidas sem torcedores.

Mas a maior questão no calendário esportivo de 2020 continua a ser a olimpíada no Japão, prevista para começar no dia 22 de julho. Na semana retrasada, a Organização Mundial da Saúde (OMS) realizou uma conferência telefônica com dezenas de dirigentes de saúde das federações esportivas internacionais que comandam as provas na olimpíada.

A discussão girava em torno dos piores cenários possíveis nos jogos olímpicos, e dos riscos e benefícios de uma olimpíada disputada sem torcida, de acordo com diversas pessoas informadas sobre a conversa, que durou quase duas horas, todas as quais pediram que seus nomes não fossem mencionados porque não estavam autorizadas a falar publicamente sobre uma conversa que a OMS caracterizou como privativa. Realizar torneios sem a presença de torcedores, com apenas dirigentes esportivos e jornalistas como espectadores, foi uma das opções discutidas para administrar os grandes eventos esportivos marcados para as semanas e meses que antecedem os jogos.

De acordo com as fontes, um especialista da OMS que participou da discussão disse que a coisa mais importante seria criar um processo de filtragem de participantes –atletas, torcedores e outros– e preparar um perfil de risco de países e regiões. Os participantes da conversa também discutiram os diferentes perfis de risco de esportes disputados a céu aberto e em ambientes fechados, bem como os de esportes de contato e esportes sem contato.

Tarika Jasarevic, porta-voz da OMS, se recusou a comentar sobre a conversa porque “a teleconferência não era pública”. Mas ele disse que o papel da OMS não é cancelar (ou permitir) qualquer evento esportivo, e sim simplesmente “oferecer orientação e recomendações de saúde pública racionais e de base científica”.

Na quarta-feira, Thomas Bach,

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