No mesmo dia em que o Rio de Janeiro passou a marca de 8,4 mil mortes por Covid-19, registrando o terceiro maior número de óbitos (274) em um único dia desde o início da pandemia, o Flamengo venceu o Bangu por 3 a 0 na reabertura do Estadual do Rio, em um Maracanã vazio, com as vozes dos atletas em campo ecoando pelo estádio.

Não teve troca de abraços na comemoração do gol de Arrascaeta, o primeiro no futebol brasileiro em três meses, desde quando o novo coronavírus paralisou o esporte no país. A última vez que o Flamengo havia jogado foi em 14 de março, vitória por 2 a 1 contra a Portuguesa-RJ. Na semana seguinte, o campeonato e os estaduais por todo o Brasil foram interrompidos.

Bruno Henrique e Pedro Rocha fizeram os outros dois gols do atual campeão brasileiro.

O clima de desânimo sentido na comemoração do gol do Flamengo era um reflexo do ambiente que emanava no Maracanã. As arquibancadas estavam vazias pela proibição de público. Era possível contar quantas pessoas ocupavam as cadeiras do estádio. No meio do 1º tempo, a reportagem somou 39 no anel inferior, entre jornalistas e funcionários dos clubes.

A ausência de público fez com que os gritos dos goleiros fizessem eco nas arquibancadas. Eles podiam ser ouvidos do anel superior do estádio. O momento de mais intensidade foi quando jogadores do Bangu reclamaram um pênalti, em gritaria que assustou quem não prestava atenção na partida. A narração dos locutores de rádio quebrava o silêncio.

Enquanto isso, a poucos metros de onde a bola rolava, um hospital de campanha funciona para ajudar a cidade no combate à Covid-19. O local foi construído especialmente para isso e conta com cerca de 400 leitos. A taxa de ocupação atual é 56% nas enfermarias e 77% nos leitos de UTI.

O retorno do futebol em meio a um cenário pandêmico mudou a rotina no Maracanã. Até a entrada parecia atípica. Para ingressar no estádio, a reportagem chegou ao portão 12, indicado pela organização, mas não havia ninguém no local, que estava pouco iluminado. Precisou chamar a atenção de três homens do lado de dentro, atrás de uma pilastra, para entrar.

Os profissionais de imprensa presentes tiveram que passar por protocolos de segurança antes de entrarem no estádio. A exigência era de um exame negativo de Covid-19, mas foi aceito o teste rápido, que tem menos eficácia do que o PCR. Como a partida foi confirmada 36 horas antes, não era possível realizar um exame do tipo em tempo hábil. Os jornalistas também ganharam uma máscara e um pequeno tubo de álcool em gel no estádio.

Após o jogo, as tradicionais zonas mistas e de coletivas não estavam previstas como de costume. Para preservar a segurança das pessoas presentes e evitar aglomerações entre atleta e profissionais de imprensa. O Flamengo anunciou que enviaria entrevistas por meio de seu canal de comunicação particular,

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