Um imbróglio jurídico envolvendo a Globo e a Fifa sobre o pagamento pelos direitos de transmissão de eventos da entidade pode encerrar um casamento que já dura 50 anos: o da emissora carioca com a Copa do Mundo.

O grupo de mídia conseguiu na última terça (23) uma liminar na 6ª Vara Empresarial da Justiça do Rio de Janeiro para não pagar de forma imediata o valor de US$ 90 milhões (R$ 463 milhões, no câmbio atual), referente a uma parcela do contrato de direitos de transmissão celebrado para o período entre 2015 e 2022.

O caso deverá ser julgado na Justiça da Suíça, onde foi firmado o acordo entre as partes.

O Mundial de 1970, no México, em que a seleção brasileira conquistou o tricampeonato, foi o primeiro que a Globo transmitiu para o país. Desde então, todas as edições do torneio passaram pela tela do canal. Em algumas delas, inclusive, a emissora foi a única a transmitir a competição.

Os direitos de transmissão da Copa de 1970, a princípio, seriam de exclusividade da extinta TV Tupi. Incomodadas com o monopólio, outras emissoras que tinham interesse no evento reagiram e passaram a negociar com a Telesistema Mexicano, empresa para quem a Fifa havia cedido os direitos.

Ao final das negociações, três grupos conseguiram a concessão para a transmissão em um pool de emissoras: Rede Globo de Televisão, Rede de Emissoras Associadas (TV Tupi) e Rede de Emissoras Independentes (união da Record com a Bandeirantes).

No Mundial de 1974, na Alemanha, a transmissão também foi dividida entre as emissoras nacionais. A negociação pelos direitos era centralizada pela OTI (Organização das Televisões Iberoamericanas), criada para gerenciar a cessão na América Latina.

A TV Tupi e a Globo garantiram –por cerca de 11 milhões de cruzeiros à época (cerca de R$ 10 milhões hoje) cada uma– os direitos individualmente, enquanto Record, Bandeirantes e Gazeta (com Galvão Bueno entre seus narradores) se uniram em um pool para exibirem o torneio.

Próximo da Copa, a TV Cultura, com uma verba destinada pelo governo do estado de São Paulo (que controla a emissora por meio da Fundação Padre Anchieta), também conseguiu os direitos, mas não enviou narradores à Alemanha.

Em 1978, na Copa do Mundo da Argentina, o número de emissoras aumentou. Seis canais conseguiram os direitos para transmitir o Mundial. Além da Globo, Gazeta, Tupi, Cultura, Bandeirantes e Record televisionaram o torneio. Galvão, desta vez, narrou a Copa para a Bandeirantes.

O Mundial de 1982, na Espanha, foi o primeiro em que a Globo obteve exclusividade na transmissão. Isso porque a OTI havia alertado às emissoras que só poderiam transmitir o evento, considerado o de maior interesse, se exibissem também os Jogos Olímpicos de Moscou, em 1980, que contou com o boicote ocidental e não recebeu atenção das emissoras.

As exceções foram Globo e duas TVs educativas, TV Cultura (São Paulo) e TVE (Rio de Janeiro),

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