Li um ótimo artigo de Teodoro Rennó Assunção, professor de literatura grega antiga, da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais, “Breve nota sobre o tempo trágico do futebol”. Resumindo, ele escreve sobre as inúmeras possibilidades que costumam ocorrer durante um jogo, uma representação da vida humana. Essa indefinição, indeterminação, permanece aberta e somente se estabiliza com o apito final ou a morte.
Assim como o acaso costuma ser tratado no futebol, principalmente pelos operatórios, racionais, como algo insignificante, as previsões polÃticas e econômicas geralmente não acontecem como esperado, porque, quase sempre, existem novos fatos, ocasionais, diferentes dos anteriores, como o corona, o vÃrus do momento, a bola da vez.
A sociedade do espetáculo, os acasos, as incertezas sobre o resultado das partidas e mesmo as atuações das equipes influenciam, mudam as análises, que se tornam diferentes a cada partida, para cima ou para baixo. Jogadores, treinadores e times são vistos como heróis, quando ganham, e vilões, quando perdem, excelentes ou péssimos. à tudo ou nada.
A desconfiança e as duras crÃticas à s equipes brasileiras, antes de começar a fase de grupos da Libertadores, ainda mais que os investimentos são, com frequência, infinitamente superiores aos dos adversários, transformaram-se em grandes elogios, após a primeira rodada, com seis vitórias e apenas uma derrota, a do São Paulo, que não foi surpreendente, por causa da enorme influência da altitude.
Dos times brasileiros, a vitória mais contundente, com nÃtida superioridade, foi a do Inter, por 3 a 0, em casa, sobre o Universidad Católica, do Chile. O técnico Coudet aceitou as crÃticas e mudou a equipe, ao trocar o volante Lindoso por mais um atacante, Thiago Galhardo. Com isso, o volante Musto, que estava jogando como um terceiro zagueiro, passou a ser o volante centralizado. Guerrer