Não dava mesmo para esperar novidade do uniforme que os atletas brasileiros devem vestir na abertura dos Jogos OlÃmpicos de Tóquio. Se o da OlimpÃada do Rio, em 2016, que, em tese, deveria ser o ápice do esmero criativo e virou uma mal ajambrada combinação de terninho da firma com saÃda de banho, o novo não passa de uma tentativa frustrada de mostrar ao mundo que, por aqui, vai tudo bem, obrigado.
Mas nada vai bem, e o noticiário recente não deixa dúvidas, para as helicônias e alocásias amazônicas estampadas na camisa que o ginasta Arthur Nory exibiu na foto divulgada pelo Comitê OlÃmpico do Brasil semana passada.
Nem para os peixes desenhados na mesma roupa, assinada pela grife carioca Wöllner, que seriam inspirados nas carpas cujo simbolismo, na cultura japonesa, é de superação.
Por mais que a palavra carregue significado inerente ao evento esportivo, não vai ser uma estampa, que a internet logo comparou à s dos looks usados pelo malandro Agostinho Carrara, do seriado âA Grande FamÃliaâ (TV Globo), que ajudará o mundo a superar os retratos da floresta em chamas e da vida marinha banhada em óleo e, em vez deles, engolir o do Brasil rico por natureza.
Conseguiu-se no último ano fazer com que dois dos maiores e belos clichês nacionais virassem sÃmbolos trágicos de nossa incompetência. Não haveria hora pior para usá-los, por melhores que tivessem sido as intenções dos designers da marca escolhida.
Parece ter faltado criatividade ao comitê já na escolha da etiqueta. Se a ideia era reproduzir o espectro ensolarado do paÃs e, de alguma forma, prestigiar a próxima sede olÃmpica, a marca carioca Osklen poderia levar bom senso ao look olÃmpico.
Conhecida dos japoneses, para os quais ainda vende, a grife muitas vezes mescla a desconstrução da moda japonista dos 198