O atacante Marcus Thuram, 22, do Borussia Mönchengladbach, tem sido um dos destaques da Bundesliga desde que o campeonato foi retomado, em 16 de maio. Com quatro gols em quatro rodadas até aqui, o francês já soma dez na competição, além de oito assistências.

Importante na boa campanha de sua equipe, que ocupa o terceiro lugar e até o momento está garantindo uma vaga na próxima edição da Champions League, Thuram também parece ter consciência da plataforma que o futebol lhe dá para discutir, mesmo que com um gesto silencioso, temas que estrapolam as quatro linhas.

Neste domingo (31), ao marcar o segundo gol do Mönchengladbach na vitória por 4 a 1 sobre o Union Berlin, o atacante se ajoelhou no gramado e repetiu o gesto de Colin Kaepernick, ex-quarterback do San Francisco 49ers e que ganhou projeção como ícone na luta contra o racismo nos Estados Unidos.

Com a imagem, Thuram não só homenageou George Floyd, o cidadão negro de 46 anos que morreu sufocado por um policial branco no último dia 25, em Minneapolis, mas também prestou seu apoio aos protestos que tomam conta dos EUA desde a última semana.

O gesto do jovem jogador francês é o que pode ser chamado de herança ativista. Seu pai, Lilian, campeão do mundo com a França em 1998, se tornou uma das mais relevantes vozes contra o racismo e a discriminação no futebol.

Desde que pendurou as chuteiras por um problema cardíaco, em 2008, o ex-defensor da seleção francesa mantém uma fundação com o seu nome, que discute e promove ações sobre o tema. “Nós não nascemos racistas, nos tornamos um”, diz o lema da Fondation Lilian Thuram, que conta com apoio do Barcelona, seu último clube na carreira.

Logo depois de anunciar sua aposentadoria, ele recebeu o convite do então presidente francês Nicolas Sarkozy para ser ministro da Diversidade, uma tentativa do governo de aproximar do poder um de seus principais críticos com relação à política imigratória de Sarkozy, que adotou discurso radical de associar a criminalidade no país aos imigrantes.

Thuram, nascido na ilha centro-americana de Guadalupe, sempre fez questão de lembrar que Sarkozy é filho de um imigrante húngaro que se refugiou na França no início da década de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial.

“Tivemos uma longa conversa, mas, por razões óbvias, eu só podia recusar”, disse Thuram em 2009, quando revelou o convite do então presidente e a sua recusa ao ministério.

O argentino Hernán

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