De Toyohashi (Japão)
Aviso aos navegantes: isto não é um símbolo nazista.
“Manji” (卍) é a suástica japonesa budista, um símbolo de sorte e paz, presente em diversas cidades deste lado do mundo. É inclusive o ícone para sinalizar templos budistas nos mapas do Japão, onde há mais de 45 milhões de adeptos e 75 mil templos, santuários e outras organizações budistas.
Suástica vem do sânscrito “svtika”, que quer dizer busca de bem-estar. A cruz gamada marcou diversas culturas, dos antigos gregos aos astecas, muito antes de ser “sequestrada” pelos nazistas – um dos registros mais antigos data do século 7 a.C., uma peça de cerâmica descoberta no Oriente Médio, atualmente exposta no Museu do Louvre, na França.
Já a versão virada 45 graus à direita, a cruz negra dentro de um disco branco e um fundo vermelho, foi estilizada como emblema oficial do 3o Reich de Adolf Hitler, na década de 1930. A insígnia “Hakenkreuz” ficou tão marcada, historicamente associada às barbaridades nazistas, que hoje é proibida por lei em diversos países. No Brasil, fabricar, distribuir ou divulgar o distintivo como apologia ao nazismo é crime e pode render até cinco anos de prisão.
Enquanto a suástica nazista se tornou símbolo de ódio, a suástica budista é paz e amor. Em 2016, entretanto, autoridades japonesas fizeram uma consulta pública à sociedade sobre a possibilidade de riscar o “manji” dos mapas turísticos, substituindo-o por uma ilustração de pagode (um estilo de templo) para não provocar confusões ou ferir a sensibilidade de visitantes desavisados durante os Jogos de Tóquio-2020.
Sinalização de templos nos arredores de Tóquio (Google Maps/Reprodução)
Na época foram mobilizadas campanhas pró-manji na internet. “É um símbolo sagrado no hinduísmo e no budismo. Está aí há milhares de anos, e