Um dia depois da morte de Kobe Bryant, Cui Tiankai, o embaixador da China nos Estados Unidos, publicou uma declaração no Twitter: “Triste pela trágica perda de #KobeBryant. Uma inspiração para muitos e uma lenda em sua geração. Ele sempre será lembrado por sua contribuição ao mundo do esporte e para os intercâmbios pessoais #ChinaUS”.

Ainda que Bryant fosse um grande astro no país –e por algum tempo a figura esportiva mais popular entre os chineses–, a mensagem do embaixador foi notável. A China e a NBA estavam brigadas desde outubro, quando Daryl Morey, diretor geral do Houston Rockets, divulgou no Twitter uma imagem de apoio aos protestos pela democracia em Hong Kong. Isso irritou o governo chinês e representou um revés imediato para as décadas de esforço da liga de basquete profissional americana para cortejar a numerosa audiência do esporte na China, e deu início a um conflito que representa uma interseção rara entre esporte, política interna, lucros empresariais e relações internacionais.

Quatro meses mais tarde, a China está enfrentando o coronavírus, que infectou milhares de seus cidadãos e desordenou a economia do país, e, no momento em que a NBA dava início ao final de semana do All-Star Game, um de seus maiores eventos anuais, em Chicago, houve sinais de que a tensão entre os dois lados começa a se dissipar, e esses sinais não se limitam ao tuíte de Cui.

“No momento, nosso foco é trabalhar com organizações mundiais de saúde a fim de prover toda a assistência que pudermos ao povo da China, em resposta ao surto de coronavírus”, afirmou Adam Silver, o comissário da NBA, em email ao The New York Times na quinta-feira (13). “Muitos de nossos parceiros chineses não puderam comparecer aos eventos do All-Star da NBA por conta das restrições a viagens, mas toda a programação do final de semana será transmitida para a China pelo Tencent”.

Isso é igualmente notável. O Tencent, um serviço de streaming chinês, depois de inicialmente suspender sua cobertura, vem agora exibindo até três partidas da NBA por noite. A China Central Television, (CCTV), rede estatal de TV chinesa, cancelou suas transmissões de jogos de pré-temporada entre o Los Angeles Lakers e o Brooklyn Nets, e diversos outros eventos relacionados à NBA, depois do tuíte de Morey. Silver, durante um evento transmitido ao vivo pouco mais tarde, declarou que o governo chinês havia exigido a demissão de Morey, e que ele havia rejeitado o pedido imediatamente. A CCTV não voltou a exibir jogos da NBA.

Há pessoas envolvidas com a liga que acreditam que exista a chance de que a CCTV transmita novas partidas depois disso. Joe Tsai, um dos fundadores do conglomerado de comércio eletrônico chinês Alibaba e proprietário do Nets, recentemente disse à agência de notícias Bloomberg que “quando voltarmos ao ar, tudo voltará”. –Tsai se recusou a comentar.

No momento da controvérsia inicial, Yao Ming, um dos grandes jogadores da história dos Rockets e presidente da Associação de Basquete da China,

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