Se tudo der certo, e a segunda partida da final acontecer mesmo em 8 de agosto, o Campeonato Paulista de 2020 será o mais longo deste século, com 6 meses e 17 dias de disputa. Interrompido em 16 de março por causa da pandemia da Covid-19, retomará seus jogos na próxima quarta-feira (22).

Será também a edição de maior duração desde 1990, quando o Bragantino foi campeão depois de 6 meses e 29 dias entre a primeira rodada e o jogo do título. Mas não chegará nem perto do Paulista mais demorado da história: o de 1978.

“Aquele campeonato foi interminável, parecia que não ia acabar nunca”, constata Serginho Chulapa, maior artilheiro da história do São Paulo (242 gols), time que defendia à época, e ídolo do Santos.

Essas duas equipes decidiram o torneio daquele ano, que teve a última partida em 28 de junho de 1979. Foram 10 meses e 8 dias até a definição do campeão. Em um dos regulamentos mais confusos da história da competição, o Santos levantou a taça depois de três turnos e três finais diante do São Paulo, mesmo depois de perder a última, por 2 a 0.

“Aquilo foi uma loucura, Só no Brasil para inventarem uma regra esdrúxula como aquela. Minha desilusão por ter perdido o título foi tão grande que, depois daquilo, fui trabalhar na Arábia Saudita”, diz Rubens Minelli, que era técnico do São Paulo. Ele aceitou oferta do Al-Hilal.

Os dois primeiros turnos levaram oito meses e tiveram Corinthians e Ponte Preta como campeões depois de mata-matas com semifinais e finais. Mas as conquistas lhes deram o direito apenas de avançarem para um terceiro turno idealizado pelos dirigentes.

Além dos vencedores dos turnos, se classificaram mais oito equipes. Uma delas, a Francana, foi incluída por ter tido a maior renda entre os clubes que não obtiveram a vaga em campo. A Portuguesa entrou por causa do melhor ataque.

Paulista e Juventus, vencedores do “Torneio Incentivo”, campeonato organizado entre os eliminados, também tiveram direito de participar. Como o time de Jundiaí havia sido penúltimo no geral e teria de jogar um desempate para evitar o rebaixamento, foi substituído pelo Botafogo de Ribeirão Preto.

“Este tempo todo foi bom, no final de tudo. Serviu para o nosso time, que era muito jovem, se acertar no decorrer da competição e sair com o título”, afirma o atacante Juary, artilheiro do torneio com 29 gols.

Quando começou o Paulista, ele tinha 19 anos, mas comemorou a conquista já com 20. A média de idade do Santos era de 22, inflada pela presença dos veteranos Nelson (hoje conhecido como Nelsinho Baptista, então com 29 anos) e Gilberto Sorriso

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