O futebol está numa sinuca de bico. O que fazer?
Em primeiro lugar, esperar, ter paciência.
Por mais angustiante que a situação seja, e é, ter pressa, querer voltar antes da hora, será a pior escolha.
Simbolicamente, lembremos: o Pacaembu virou hospital de campanha e os ingleses pensam em fazer de Wembley um depósito de cadáveres porque as funerárias de Londres não estão dando conta do congestionamento de caixões.
Parece macabro e também é.
Uma primeira atitude do governo inglês minimizando a gravidade da pandemia cobra o preço em vidas que poderiam ter sido poupadas, de idosos e de jovens. Como aqui.
Projeções da Premier League admitem a possibilidade de uma quebradeira de cerca de 30% dos clubes menores, em regra mais bem geridos que os brasileiros.
Nos Estados Unidos o projeto é o de acabar com o estÃmulo financeiro à s bases tanto do futebol feminino quanto do masculino.
A Bélgica simplesmente deu os trâmites por findos e encerrou seu campeonato nacional.
Na melhor das hipóteses, paÃses que fizeram bem a lição de casa, como a Alemanha, voltarão sabe-se lá quando, mas com portões fechados.
Não se tem a menor ideia de como será o comportamento do torcedor mesmo quando tudo passar. Por quanto tempo teremos medo de aglomerações?
No México, quando houve a epidemia do H1N1, em 2009, a queda nos jogos de beisebol chegou aos 30% e no futebol a 20%.
Desnecessário dizer o quanto tamanha redução afeta as finanças dos clubes.
Peguemos o caso do Palmeiras, um dos poucos, senão o único ao lado do Flamengo, clubes aparentemente saudáveis no paÃs.
Não estar em atividade, apesar de seguir recebendo da patrocinadora, afeta em cerca de 28% a renda proveniente do estádio, além da suspensão do dinheiro da TV.
Imaginar a volta das atividades com portões fechados, portanto, alivia só a segunda parte, embora tal hipótese enseje outra questão: mesmo que as autoridades sa