Neste fim de semana ao menos duas partidas do Campeonato Alemão foram interrompidas pelos árbitros após manifestações de torcedores contra o bilionário dono do Hoffenheim, Dietmar Hopp, cofundador da empresa de softwares SAP AG.

No sábado (29), a primeira paralisação ocorreu no duelo entre o próprio Hoffenheim contra o Bayern, jogo em que o time de Munique goleou por 6 a 0.

A vantagem já havia sido construída pelo Bayern aos 22 min do segundo tempo, quando torcedores do time bávaro levantaram uma faixa com os dizeres: “Tudo como habitual – A DFB [Federação Alemã de Futebol] não mantém sua palavra e Hopp continua um filho da puta”.

A torcida questionava o que consideram uma afronta à regra dos 50+1, instituída no futebol alemão em 1998, segunda a qual os clubes e suas divisões não devem ter 50% ou mais do poder decisório nas mãos de um único investidor. 

As exceções seriam os investidores que possuíssem mais de 20 anos de parceria com os clubes antes de 1º de janeiro de 1999. Esta resolução mudou em 2011, quando qualquer investidor com mais de 20 anos de agremiação passou a poder ter mais de 49%, mesmo que os 20 anos se completassem depois de 1999.

Com isso, Hopp foi um dos beneficiados, pois sua parceria com o Hoffenheim data de 1989. Atualmente, ele tem o controle acionário de 96% da agremiação, motivo pelo qual tem sido alvo dos protestos. Bayer Leverkusen e Wolfsburg são outros que aproveitaram a brecha na regulamentação. 

Seguindo orientação da Bundesliga, o árbitro que comandou o duelo na Rhein-Neckar-Arena interrompeu o jogo até que as faixas fossem retiradas. Em caso de reincidência, havia a instrução para que a partida fosse novamente paralisada e que os jogadores do Hoffenheim deixassem o campo.

A medida adotada pelo juiz está dentro do pacote de ações contra atos de terrorismo na Alemanha, sobretudo após atentados com motivações racistas e de extrema direita deixarem nove mortos, segundo investigações das autoridades do país.

Como a manifestação dos torcedores foi novamente exibida aos 31 minutos de jogo, os atletas deixaram o gramado. Eles não chegaram a ir para o vestiário, mas ficaram no túnel de acesso.

Enquanto isso, os jogadores do Bayern foram à direção de seus próprios torcedores pedir para cessarem as manifestações. Nas tribunas do estádio, o presidente da equipe de Munique, Karl-Heinz Rummenigge, abraçou Dietmar Hopp. 

“Sinto vergonha. Pedi desculpas a Dietmar Hopp. É imperdoável”, disse Rummenigge após a partida. “Nós filmamos tudo e iremos fazer com que as pessoas paguem por isso”, acrescentou o dirigente.

Em sua conta oficial no Twitter, o Bayern de Munique divulgou uma foto na qual o mandatário do clube (à dir.) aparece cumprimentando Hopp após a partida.

Quando o jogo foi reiniciado, não houve mais disputa com objetivo de balançar as redes. Em outro sinal de apoio ao bilionário, os dois times apenas tocaram a bola de um lado para o outro por cerca de 15 minutos,

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