A Associação Portuguesa de Desportos, um dos clubes mais tradicionais de São Paulo, sonhava com um Canindé lotado nesta sexta-feira (14) para festejar o seu aniversário de cem anos. A comemoração presencial, no entanto, foi adiada devido à pandemia do novo coronavírus.

O momento com o qual coincidiu o centenário da agremiação não afetou apenas a festa. Também freou a mais recente tentativa de reestruturação pela qual a Lusa passava.

Endividada, a Portuguesa via no ano de seu centenário uma boa chance de atrair investidores e parceiros para sanar parte do débito de mais de R$ 400 milhões.

Sem poder realizar eventos no Canindé desde fevereiro, o clube perdeu sua principal fonte de receitas. Até o fim do ano, estima que deixará de arrecadar cerca de R$ 1 milhão. O valor representa até três meses de salário do elenco, que tinha no início do ano uma folha salarial estimada em R$ 320 mil.

Para honrar o compromisso com jogadores e funcionários, o presidente Antônio Carlos Castanheira, eleito no fim de 2019, reduziu salários com base na medida provisória do governo federal e, assim, manteve os vencimentos em dia com o caixa que fez antes da pandemia.

Mas as reservas não são grandes. Mesmo com a volta do futebol, a ausência de público nos estádios impedirá a recuperação das principais receitas. A situação já prejudica também o planejamento da temporada 2021.

“O momento é crítico, porque grande parte da nossa receita vinha de eventos e shows no Canindé, além da bilheteria dos jogos”, diz Castanheira à Folha. “Nós estamos à mercê da vacina [para o coronavírus] para ver nossa economia voltar ao normal.”

O dirigente, que está no primeiro dos três anos de seu mandato, afirma que encontrou um cenário de abandono. “No começo, tivemos de refazer todos os departamentos quase do zero.”

O calvário pelo qual passa o clube começou em 2013, com o rebaixamento à série B do Campeonato Brasileiro imposto pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) devido à escalação irregular do atacante Héverton na rodada final.

Desde então, a equipe vivenciou sucessivas quedas, tanto no Nacional como no Estadual. Fora até da Série D do Brasileiro, disputa neste ano somente a A-2 do Paulista.

Restando ainda três rodadas para o fim da primeira fase, a Portuguesa está, neste momento, entre os oito primeiros colocados, classificação que garante vaga no mata-mata. “Nosso presente de centenário seria a volta à elite. O título seria a cereja do bolo”, diz o presidente lusitano.

Só duas equipes conseguirão o acesso. Ainda em busca de confirmar sua vaga na próxima fase, o time rubro-verde espera a definição da data em que voltará a campo pela competição.

Desde 2015, a Lusa não disputa a primeira divisão do Paulista. Distante dos principais campeonatos, as receitas que o clube obtém não são suficientes para impedir o c

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