John Kennedy trouxe para o ocidente a visão de que, em chinês, a palavra crise junta dois caracteres: perigo e oportunidade. A tradição oriental diz que “weiji” é o perÃodo crucial em que um grave perigo ameaça a existência. Essa interpretação pretende ser mais exata do que a do ex-presidente dos EUA, assassinado em 1963. Em português, sabe-se que toda crise traz uma oportunidade.
Há só duas informações concretas sobre o que a paralisação do futebol brasileiro pode trazer para o futuro do calendário. A primeira é que a CBF pensa, inicialmente, em terminar todos os torneios paralisados para, só depois, começar o Brasileiro. Isso pode mudar. Tudo pode.
Se a paralisação durar seis meses, pode não haver tempo de fazer nada e todos os campeonatos ficarem nulos. Todas são hipóteses. Mas a ideia inicial da CBF é terminar o que parou e depois iniciar o Brasileiro. A outra informação é que o movimento que já estava em andamento antes da parada, reunindo clubes que pretendem aumentar a arrecadação do futebol brasileiro, entende ter chance de ficar mais forte.
A tentativa de uma nova liga não é unânime, mas tem reunidos clubes como Atlético-MG, Athletico, Corinthians, Santos, Bahia, Sport, Vasco e Cruzeiro. Alguns, como Palmeiras e São Paulo, ainda não se aproximaram. O isolamento recente do Flamengo reforça a tese dos clubes que pretendem criar a liga.
Por mais que o rubro-negro tenha se transformado no clube mais poderoso do Brasil, na maior referência técnica e econômica, não dá para imaginar que o Flamengo vá jogar contra o Flamengo, para que o campeão seja o Flamengo.
O discurso de 8 dos 20 maiores clubes do paÃs é da necessidade de se juntar para salvar o futebol da falência e começar um processo de crescimento: “Ou a gente faz isso, ou vai sucumbir”, diz um dos lÃderes do movimento que julga melhor não se identificar e trabalhar em silêncio.
O projeto passa por aumentar receitas de placas de publicidade e de direitos internacionais de televisÃ