Planejar Jogos Olímpicos é temeroso se não houver solução de saúde

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Planejar Jogos Olímpicos é temeroso se não houver solução de saúde

São inegáveis as consequências econômico-financeiras para a cidade de Tóquio e o Japão como um todo do adiamento dos Jogos Olímpicos para 2021.

Similarmente, inúmeros outros segmentos empresariais mundo afora, inclusive no Brasil, sofreram e sofrerão prejuízos. Essas perdas são passíveis de recuperação em curto, médio ou longo prazos. Vidas humanas, não.

Agiram corretamente o COI (Comitê Olímpico Internacional) e as autoridades japonesas ao adiarem Tóquio-2020, quando o mundo testemunhava 375 mil casos confirmados de Covid-19. Hoje, autoridades de 211 países contabilizam mais de 3 milhões de casos.

Entretanto, parece-me prematuro o reagendamento imediato para 2021. Inobstante esforços e a melhor tecnologia disponível, os especialistas médicos, ao redor do planeta, estimam que uma vacina poderá ser descoberta em 12 meses. Friso: “poderá”.

Aguarde-se, segundo os mesmos especialistas, outros 12 meses para produção e início da vacinação. Ou seja, atualmente, a melhor estimativa indica um prazo de 2 a 3 anos para voltarmos ao “normal”.

Na semana passada, o presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, Toshiro Muto, mencionou dúvidas acerca da realização do evento em 2021. Nesta terça (28), voltou ao tema e disse que a medida mais adequada, em caso de persistência da pandemia, é cancelar os Jogos, em vez de adiá-los por mais um ano.

Perceba-se que o depoimento enfatiza esforços humanos para o descobrimento de um tratamento, vacina, remédio.

Eventual cancelamento definitivo de Tóquio-2020 seria equivalente a um “write off” no mundo corporativo: ajusta-se as demonstrações financeiras, reconhecendo os prejuízos. Seria um duro golpe, causando a renegociação e indenização de milhares de contratos, mas é uma decisão que os administradores são forçados a tomar diante de determinadas avaliações de perda.

Ajustar o calendário olímpico, em tese, seria uma alternativa. Aproveitando a desaceleração da economia mundial, confirma-se Tóquio-2024 e estica-se o prazo para Paris-2028 e Los Angeles-2032. É necessário fazer contas e decidir o que seria mais apropriado, do ponto de vista puramente econômico-financeiro, para o evento.

Independentemente da decisão conjunta a ser tomada pelo COI e autoridades japonesas, é fundamental considerar a situação dos atletas de alto rendimento, até porque eles são a razão da existência dos Jogos Olímpicos.

Todos “treinando” em casa, submetidos ao máximo da ansiedade e incerteza. Dependendo do país, as pessoas estão submetidas ao equivalente de uma prisão domicilar (“lockdown”). Impossível prever quanto tempo ficarão os atletas impedidos de treinar col

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