O magnÃfico documentário da Netflix-ESPN, âArremesso Finalâ, sobre o Chicago Bulls de Michael Jordan, é antológico quando mostra a vida, o caráter e a fome de vitória do maior jogador de basquete de todos os tempos.
à também detalhista ao mostrar a capacidade do técnico Phil Jackson. Ele assumiu os Bulls em meio à sequência de derrotas para o Detroit Pistons e convenceu Michael Jordan de que nem todas as jogadas terminariam na sua mão.
A teoria dos triângulos, das jogadas em triangulações, apostou na polivalência dos jogadores e na capacidade de outros serem decisivos, além de Michael Jordan.
Ver a tática de Phil Jackson remete ao futebol atual. Joga-se no espaço de uma quadra de basquete, quando as linhas de defesa avançam e as de ataque recuam. A Copa do Mundo de 2018 mostrou as disputas em até 12 metros, entre a grande área e a intermediária, por causa da lei do impedimento.
Há 37 anos, em entrevista à Placar, o técnico Cláudio Mortari, da seleção brasileira de basquete na OlimpÃada de Moscou, disse que o futebol ficaria muito parecido com o basquete. Foi quase uma profecia.
O gráfico mostrado durante o quarto episódio de âArremesso finalâ, em que Phil Jackson usa a teoria das triangulações, ilustra o que dizia Mortari. O Chicago Bulls usava os triângulos para abrir espaços com jogadores polivalentes em 1990. Guardiola fez isso no Barcelona, no Bayern e atualmente no Manchester City.
O incrÃvel desta história é que Phil Jackson sempre é citado pela liderança, não pela estratégia: âà por causa da quantidade de talentos de seu time. Então, sempre se aponta para a capacidade de administrar vaidades. Mas não é só issoâ, diz Cláudio Mortari, atual técnico de basquete do São Paulo.
Mais ou menos como os europeus sempre olharam para os treinadores brasileiros, mesmo os mais táticos. Com a qualidade individual, era como se não se precisasse de tática, apenas de liderança. âNão é assimâ, diz Mortari.
Atribui-se a teoria dos triângulos a