Diz o Houaiss: tabu “é instituição religiosa que, atribuindo caráter sagrado a determinados seres, objetos ou lugares, proÃbe qualquer contato com eles [A violação desse interdito acarreta, supostamente, castigo divino, que pode recair sobre o culpado ou sobre seu grupo]”.
O tabu do incesto é um dos mais conhecidos.
Só que o futebol tem suas regras, 17, e seu vocabulário.
Nem sempre de acordo com o que é seguido pela antropologia, filosofia ou sociologia.
Aliás, até pela jardinagem, pois estádio virou arena, lugar de areia, não de grama.
Daà o “tabu” de 11 anos entre 1957 e 1968 sem vitórias do Corinthians sobre o Santos no Campeonato Paulista. Ou dos 23 anos sem tÃtulos do Corinthians no mesmo estadual.
Na verdade, escritas, algo que se repete e cria rotina.
Como o Rei Pelé fazia contra o próprio Corinthians: 50 gols em 49 jogos, o que tem a ver com as outras duas sagas corintianas, nos embates contra o Santos ou na dificuldade em ser campeão paulista.
Quebradas as escritas, tudo fica mais fácil.
Tanto que após ganhar dos praianos em 1968 voltou a ser habitual vencê-los, assim como virou praxe ser campeão estadual depois de 1977.
à como se houvesse uma energia sobrenatural a impedir a ultrapassagem de determinadas barreiras. Superadas, tudo volta ao normal e os fantasmas desaparecem.
Já a quebra de tabus, como cometer incesto, significa duras punições, morais ou legais.
As escritas atuais do futebol paulista são bem menos graves se comparadas àquelas que afligiram a Fiel.
Por exemplo: o São Paulo ainda não ganhou do Corinthians em Itaquera depois de 12 jogos e 9 derrotas; nem do Palmeiras na casa verde em 9 jogos, 8 derrotas e 1 empate que, é verdade, resultou na classificação tricolor, nos pênaltis, para a final do Paulistinha no ano passado.
Já neste mês de janeiro, no domingo (26), a rara leitora e o raro leitor lerão e ouvirão falar muito do tabu, sem aspas, a atormentar o São Paulo em