Em meio a uma pandemia que assola o planeta, diante das inúmeras mortes já provocadas e um clima de terror que faz lembrar filmes de ficção catastróficos, amigos espalhados pelo mundo oferecem informação sobre o que acontece em tempo real.
Escolas e universidades fechadas, equipes médica e de enfermagem desfalecendo de tanto trabalhar pelo bem-estar de doentes, relatos de pessoas que demonstram que nos momentos de tragédia se observa o limite da humanidade e também da escória.
Se vivemos em um sistema onde tudo estabelece uma interdependência, queiramos ou não, é preciso então olhar por quem está em volta. Sejam os doentes ou os saudáveis.
O esporte, como um fenômeno social, não poderia ficar alheio a isso. Discute-se a suspensão de jogos esportivos e campeonatos. Contabilizam-se os prejuÃzos com o cancelamento dos jogos da NBA, da Libertadores, de campeonatos estaduais de futebol, preocupados todos com os prejuÃzos que esses grandes negócios poderiam sofrer.
Em anos de Jogos OlÃmpicos, era de se esperar que os olhos e corações de todos os atletas do planeta se virassem para o Japão, onde a próxima edição olÃmpica ocorrerá.
Espetáculo para ser realizado apenas de quatro em quatro anos, exigiu do poder público e da iniciativa privada um esforço que poucos paÃses e cidades conseguem entender.
A vivência da experiência olÃmpica transcende a competição ou o negócio. Ela trata de uma rara oportunidade de se chegar o mais próximo possÃvel daquilo que os seres humanos podem imaginar sobre a imortalidade.
Tive a oportunidade de conhecer e entrevistar vários atletas que foram campeões mundiais em suas modalidades.
Alguns deles chegaram a esse patamar mais de uma vez. Ganharam não apenas campeonatos, mas também todos os prêmios materiais que essa conquista podia lhes proporcionar. Vários deles não chegaram ao lugar mais alto do pódio olÃmpico e isso, nessas histórias, parece ser um buraco existencial sem fim. Algo que não tem terapia nem remédio.