Muito tem se falado sobre a ausência de meio-campistas clássicos no Brasil. Jogadores capazes de enxergar o campo como se estivessem fora dele e que conseguem encontrar os mais inusitados espaços para os mais milimétricos passes.
à dito que o jogador bom é aquele que sabe ver o jogo, mas o craque é o que sabe antever. E craques, nós sabemos, são raridades âespecialmente aqueles que conseguem pensar o jogo com perfeição e executá-lo com precisão.
Vestindo a camisa da seleção brasileira entre 1988 e 2000, Sissi foi essa camisa 10 clássica. E como todo jogador dessa posição, ela também preferia dar uma assistência a fazer um gol. Não que não os fizesse, porque não lhe faltaram tentos inesquecÃveis âcomo aquele de falta contra a Nigéria que classificou o Brasil para a semifinal da Copa do Mundo de 1999.
Naquele Mundial, Sissi foi artilheira, o que prova seu apreço por balançar as redes.
Mas sua maior paixão no futebol era fazer o inesperado. Dar o passe que ninguém imaginava ser possÃvel. Não estou aqui para diminuir o talento de quem é artilheiro(a) nato e mortal lá na frente. Fazer gols também exige inteligência e muita habilidade, mas eu tenho para mim que é âmais fácilâ produzir um exÃmio goleador do que um meio-campista diferenciado.
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Pois bem, Sissi era tão diferenciada, que a torcida do São Paulo em pleno 1997 gritava nas arquibancadas de jogos do time masculino: âEi, Muricy, coloca a Sissiâ. Quem é são-paulino e acompanhava o futebol feminino na voz do inconfundÃvel Luciano Do Vale não vai me deixar mentir sobre o talento que aquela mulher mirradinha de cabelo curto desfilava dentro de campo.
Aliás, se ainda restar dúvida, a Band bem que poderia reexibir alguns dos jogos dela pela seleção ou pelo São Paulo durante essa quarentena