Com 33°C e sensação térmica de mais, os adultos fogem do sol. As 339 crianças correm de um lado para o outro em cinco campos organizados pela MLB (Major League Baseball, o campeonato de beisebol profissional dos EUA) nas cercanias de Atibaia (70 km de São Paulo).

No meio delas está André Rienzo, 31, o primeiro arremessador brasileiro a começar uma partida da liga.

A estreia dele na MLB em 2013 foi um momento histórico para o esporte no Brasil. Não sofreu rebatidas pelo Chicago White Sox até o 5º inning (cada partida tem nove), e o primeiro rebatedor a superá-lo foi Yan Gomes, do Cleveland Indians, também brasileiro.

Na primeira vez que dois jogadores do país se enfrentaram, a partida foi transmitida para a América do Sul pela ESPN.

Nascido em Atibaia, Rienzo é também uma espécie de embaixador da MLB no Brasil porque a cidade, junto com Marília, Arujá, Bastos e Ibiúna (todas no interior de São Paulo) são os principais alvos da parceria da liga americana com a CBBS (Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol) para formar novos jogadores.

Em meados de fevereiro, antes portanto de a pandemia de coronavírus impedir o cenário descrito acima, o arremessador orientava as crianças no Playball, evento criado para ensiná-las os fundamentos do esporte de forma lúdica.

“Isso é novo e diferente para mim. Ver tantos meninos e meninas praticando beisebol… Quando comecei, acompanhava meus dois irmãos mais velhos que jogavam. Eles desistiram e eu prossegui”, conta.

O brasileiro permaneceu por três anos na MLB. Passou por White Sox, Miami Marlins e San Diego Padres. Em 2018, transferiu-se para a Liga Mexicana, quando foi o arremessador de menor ERA naquele ano pelo Acereros de Monclova.

ERA é a estatística para medir a eficiência do jogador dessa posição. Divide a quantidade de corridas (pontos) sofridas pelos nove innings de cada partida.

Neste ano, ele continua no México e vai atuar pelo Tecolotes de los Dos Laredos, o que ​poderia ser uma porta de entrada para voltar à MLB. Mas retornar aos EUA, ao contrário do que seria normal pensar, não faz parte dos planos de Rienzo.

“Não tenho mais como objetivo jogar lá. Fazer todo o caminho do Triple A até chegar à MLB, esperar pela chance… Não quero mais”, diz.

Na pirâmide do beisebol americano, cada equipe da liga profissional possui outras três em divisões consideradas formadoras. A última delas é a Triple A, a que se refere Rienzo. Exige sacrifício dos atletas porque o salário médio é de US$ 400 (R$ 1.700) por mês.

Quando esperava ser chamado pelo White Sox e era mais jovem, o brasileiro não viu problema. Morava com outras cinco pessoas, gastava US$ 200 (R$ 860) com aluguel e usava o resto para comer.

“Hoje eu tenho famíli

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