Nesta sexta-feira, 14 de agosto, a Associação Portuguesa de Desportos completa 100 anos.
Quem a viu da metade do século passado, até o fim dele, jamais diria que a encontraria como está agora.
A Portuguesa campeã duas vezes do Torneio Rio-São Paulo, nos anos 1950. Do tÃtulo paulista dividido com o Santos de Pelé em 1973. Ou a vice-campeã brasileira em 1996, em renhida final com o Grêmio.
De má gestão em má gestão, vÃtima da estranha história até hoje não esclarecida que a derrubou de divisão em 2013 para favorecer o Fluminense, a Lusa daà para frente nunca mais se reergueu. Dificilmente se reerguerá.
Para um jovem de hoje pode parecer estranho dedicar uma coluna à Portuguesa, esquecida lá para os lados do Canindé, time do coração do maestro João Carlos Martins e dos jornalistas João Carlos Assumpção, Zeca Camargo, Flávio e Júlio Gomes.
Mas quem viveu os tempos da Lusa como um dos cinco grandes paulistas tem motivos de sobra para registrar o centenário, com lembranças de um passado glorioso e teses para explicar a queda.
E eu tenho.
Para o bem e para o mal.
Para o bem porque vi Djalma Santos, Julinho Botelho, Enéas, Ivair, Zé Roberto e Dener. Sem se dizer que o cara que eu queria ser, Basilio, jogou lá, mas aà por razões alvinegras.
Vi também a Portuguesa fazer 7 a 0 no Corinthians, no Pacaembu, em 1961.
Como tive que deixar de ir ao estádio do Canindé porque corria o risco de apanhar, fruto exatamente de minha tese que os torcedores lusos mais fanáticos jamais entenderam.
A imprensa paulista adorava tratar a Portuguesa com o apelido no diminutivo: Lusinha.
Ora, ninguém chamava o Corinthians de Corinthinha, o Santos de Santinhos, o Palmeiras de Palmeirinhas ou o São Paulo de São Paulinho.
Era demonstração de carinho, diziam.
Ora, quem se refere ao adversário carinhosamente?
Não passava, na verdade, de maneira a considerar a Portuguesa como café com leite, só para adoçar a boca, sem